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13/12/2002
-
15h06
Não há nenhuma prova tangível de vínculos entre os membros da rede terrorista islâmica Al Qaeda e o presidente iraquiano, Saddam Hussein, afirmaram hoje vários especialistas, um dia depois das informações americanas segundo as quais a organização terrorista teria recebido armas químicas do Iraque.
"Até agora não há absolutamente nada", afirmou Alex Standish, redator-chefe da revista "Jane's Intelligence Digest".
O jornal "The Washington Post" citou ontem um dirigente americano, alegando que a Al Qaeda tinha recebido no Iraque uma arma química, o agente neurotóxico VX. Consultado pela rede de TV ABC, o secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, disse que "tinha lido informações [...] nesse sentido".
"Sou muito cético. Esse tipo de informação filtrada por membros da administração americana a certos meios de comunicação me parece muito duvidoso", declarou Standish.
Para ele, se o presidente americano, George W. Bush, tivesse provas indiscutíveis das relações entre seus dois inimigos, já as teria apresentado ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para justificar um ataque contra Bagdá.
O juiz antiterrorista francês Jean-Louis Bruguière também disse que não tinha encontrado "nenhum vínculo".
"Não encontramos nenhum vínculo. Não há nenhuma base sólida nas informações dadas pelos americanos", afirmou o juiz recentemente numa entrevista ao jornal "Financial Times".
"Não conheço nenhum policial francês que acredite nessa informação", disse Jean-Luc Marret, membro da Fundação para a Investigação Científica de Paris.
O exemplo mais significativo é o suposto encontro, em abril de 2001 em Praga (República Tcheca), entre Mohammed Atta, considerado o chefe dos terrroristas suicidas dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, e um agente dos serviços de inteligência iraquianos, citado pelo jornal "The New York Times".
Todos os especialistas consultados salientam as diferenças ideológicas entre o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e Saddam Hussein. "Realmente, não têm nada em comum", disse William Hopkinson, investigador associado ao Royal Institute of International Affairs de Londres.
"Não vejo o dirigente iraquiano, um leigo embora ultimamente tenha multiplicado os gestos a favor do islamismo, dando armas aos islâmicos que têm o objetivo de derrubá-lo", afirmou.
Além do mais, o dirigente iraquiano não vai "dar armas hoje à Al Qaeda enquanto os Estados Unidos procuram essa prova para atacá-lo", afirmou.
Durante a invasão do Kuait, em agosto de 1990, Bin Laden defendeu o emirado contra o Iraque e propôs aos dirigentes sauditas criarem uma coalizão árabe anti-Saddam.
De uma maneira geral, as relações dos fundamentalistas islâmicos com o governo de Bagdá sempre foram muito ruins.
Leia mais no especial Iraque
Leia mais sobre a guerra contra o terrorismo
Para especialistas, não há vínculos entre Al Qaeda e Saddam
da France Presse, em ParisNão há nenhuma prova tangível de vínculos entre os membros da rede terrorista islâmica Al Qaeda e o presidente iraquiano, Saddam Hussein, afirmaram hoje vários especialistas, um dia depois das informações americanas segundo as quais a organização terrorista teria recebido armas químicas do Iraque.
"Até agora não há absolutamente nada", afirmou Alex Standish, redator-chefe da revista "Jane's Intelligence Digest".
O jornal "The Washington Post" citou ontem um dirigente americano, alegando que a Al Qaeda tinha recebido no Iraque uma arma química, o agente neurotóxico VX. Consultado pela rede de TV ABC, o secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, disse que "tinha lido informações [...] nesse sentido".
"Sou muito cético. Esse tipo de informação filtrada por membros da administração americana a certos meios de comunicação me parece muito duvidoso", declarou Standish.
Para ele, se o presidente americano, George W. Bush, tivesse provas indiscutíveis das relações entre seus dois inimigos, já as teria apresentado ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para justificar um ataque contra Bagdá.
O juiz antiterrorista francês Jean-Louis Bruguière também disse que não tinha encontrado "nenhum vínculo".
"Não encontramos nenhum vínculo. Não há nenhuma base sólida nas informações dadas pelos americanos", afirmou o juiz recentemente numa entrevista ao jornal "Financial Times".
"Não conheço nenhum policial francês que acredite nessa informação", disse Jean-Luc Marret, membro da Fundação para a Investigação Científica de Paris.
O exemplo mais significativo é o suposto encontro, em abril de 2001 em Praga (República Tcheca), entre Mohammed Atta, considerado o chefe dos terrroristas suicidas dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, e um agente dos serviços de inteligência iraquianos, citado pelo jornal "The New York Times".
Todos os especialistas consultados salientam as diferenças ideológicas entre o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e Saddam Hussein. "Realmente, não têm nada em comum", disse William Hopkinson, investigador associado ao Royal Institute of International Affairs de Londres.
"Não vejo o dirigente iraquiano, um leigo embora ultimamente tenha multiplicado os gestos a favor do islamismo, dando armas aos islâmicos que têm o objetivo de derrubá-lo", afirmou.
Além do mais, o dirigente iraquiano não vai "dar armas hoje à Al Qaeda enquanto os Estados Unidos procuram essa prova para atacá-lo", afirmou.
Durante a invasão do Kuait, em agosto de 1990, Bin Laden defendeu o emirado contra o Iraque e propôs aos dirigentes sauditas criarem uma coalizão árabe anti-Saddam.
De uma maneira geral, as relações dos fundamentalistas islâmicos com o governo de Bagdá sempre foram muito ruins.
Leia mais no especial Iraque
Leia mais sobre a guerra contra o terrorismo
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