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Advogado de direitos humanos e jornalista morrem baleados na Rússia
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da Associate Press, em Moscou
Um advogado de direitos humanos que lutava contra a libertação de um coronel que havia matado uma mulher tchechena foi assassinado no centro de Moscou por um homem armado com uma pistola com silenciador, segundo autoridades. Uma jornalista que tentou intervir no momento do ataque também morreu.
O assassinato, durante o dia desta segunda-feira, do advogado Stanislav Markelov e da jornalista Anastasia Baburova despertaram a raiva da população de um país em que advogados e jornalistas que desafiam a versão oficial geralmente se tornam alvos de ataques.
O incidente também causou revolta entre os tchetchenos, já irritados com a libertação do coronel Yuri Budanov, na semana passada.
Colegas dos dois compararam o ataque desta segunda-feira com o assassinato da jornalista investigativa Anna Politkovskaya --cliente de Markelov e crítica dos abusos na Tchechênia e na Rússia em geral.
AP |
Anastasia Baburova, jornalista assassinada nesta segunda-feira, em Moscou |
Markelov, 34, foi baleado perto do edifício onde ele havia acabado realizar uma coletiva, a cerca de um quilômetro do Kremlin, segundo Viktoria Tsyplenkova, porta-voz da Comissão Investigativa do escritório da Promotoria de Moscou.
Markelov foi baleado na nuca à queima-roupa por um homem que o seguiu após a coletiva, usava uma máscara e tinha silenciador em sua arma --sinais claros de um assassinato planejado, segundo a agência estatal RIA-Novosti.
Anastasia Baburova, jornalista freelancer na casa dos 20 anos que havia trabalhado para a "Novaya Gazeta", foi baleada ao tentar intervir após Markelov ser atingido, disse Andrei Lipsky, editor-adjunto do diário. Sergei Sokolovsky, editor do "Novaya Gazeta", afirmou depois que ela morreu na mesa de operação.
Markelov, que representava a família de uma mulher de 18 anos morta por Budanov em 2000, disse a jornalistas que ele considerava fazer um apelo à corte internacional contra a libertação precoce de Budanov.
O coronel foi libertado na semana passada tendo ainda mais de um ano de sentença para cumprir. Budanov foi condenado em 2003 e sentenciado a dez anos de prisão por estrangular Heda Kungayeva. Ele admitiu o assassinato, dizendo acreditar que ela era uma atiradora rebelde durante a guerra do Kremlin contra a insurgência.
O caso de Budanov foi visto como um teste da determinação das autoridades russas em punir abusos na Tchetchênia. Porém, ele se transformou em um herói para grupos nacionalistas racistas.
O pai de Kungayeva, que vive refugiado na Noruega com sua família, disse que Markelov afirmou na última sexta-feira, por telefone, que ele havia sido ameaçado de morte se não abandonasse o caso.
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