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19/12/2002 - 10h36

Juiz deve decidir hoje se diretora do "Clarín" sairá da prisão

da Folha Online

O juiz federal de San Isidro Roberto Marquevich deve decidir hoje se vai aceitar o pedido de habeas corpus (medida judicial que garante a liberdade) apresentado pelos advogados da diretora do maior jornal argentino, "Clarín", Ernestina Herrera de Noble, 77. Ela é acusada de falsificar os dados de filiação de seus dois filhos adotivos, cujos pais biológicos teriam desaparecido durante o regime militar, segundo uma entidade de direitos humanos.

De Noble devia ter sido interrogada ontem, mas seus advogados pediram o adiamento do interrogatório alegando problemas de saúde da diretora do "Clarín".

Ontem à noite, de acordo com informações da imprensa argentina, o Ministério público teria decidido a favor do habeas corpus. Segundo a agência de notícias DyN, citada pela imprensa argentina, a representante do Ministério Público Rita Molina considerou que "(De Noble) se tratava de uma pessoa que dificilmente enganaria a Justiça. Foram considerados os antecedentes da senhora ...se trata de alguém sem antecedentes penais".

Apesar disso, a decisão da representante do Ministério Público não é suficiente para pôr De Noble em liberdade. Para tanto, é necessário o parecer do juiz Marquevich.

De Noble está presa na Divisão de Delitos Complexos da Polícia Federal, em Buenos Aires, onde recebeu a visita de médicos.

Em uma nota à imprensa divulgada na terça-feira (17), a companhia Arte Gráfico Editorial Argentina (Agea), que edita o "Clarín", disse que a prisão da diretora foi "abusiva", porque ela não tinha sido convocada anteriormente para prestar esclarecimentos à Justiça.

A ação contra ela foi aberta pela entidade Avós da Praça de Maio, que luta para esclarecer o destino dos opositores desaparecidos na ditadura (1976-1983). O grupo disse ter encontrado irregularidades na documentação dos dois filhos adotivos de Herrera, Marcela e Felipe, ambos de 26 anos.

"Há muitos anos recebemos denúncias de várias origens de que esses meninos podem ser filhos de desaparecidos", disse Rosa Roisinblit, vice-presidente das Avós da Praça de Maio.

Segundo as entidades de direitos humanos, a ditadura provocou o desaparecimento de entre 15 mil e 30 mil pessoas, entre as quais várias crianças nascidas na prisão.

"A única coisa que pretendíamos dela era conseguir uma entrevista para dialogar, porque gostaríamos de saber se esses meninos realmente são filhos de desaparecidos e a que família pertencem, para que a família não tenha de continuar procurando por eles", disse Roisinblit.

Segundo a militante, a empresária nunca respondeu aos pedidos das Avós. "Nós nos vimos obrigadas a nos apresentar do ponto de vista jurídico", afirmou.

Com agências internacionais

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