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27/12/2002 - 07h44

Coréia do Norte pode fabricar bomba nuclear em 30 dias, diz jornal

da Folha Online

A Coréia do Norte, que começou a ativar um reator nuclear capaz de produzir plutônio enriquecido, poderia fabricar uma bomba atômica no prazo de 30 dias, segundo o especialista britânico John Large, citado pelo jornal britânico "The Times", em sua edição de hoje.

"Tudo aponta para a etapa final do desenvolvimento de armas nucleares" pela Coréia do Norte, disse Large, que assessorou a Rússia no caso do submarino nuclear Kursk (que naufragou em agosto de 2000, matando 118 tripuantes).

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas, a Coréia do Norte depositou cerca de mil barras de combustível no reator nuclear de Yongbyon, ao norte de Pyongyang, que tem capacidade para produzir plutônio enriquecido. A AIEA qualifica a situação de "muito grave".

"Quando começam a produzir plutônio, estão atingindo o ponto culminante da produção de armas", explicou Large.

"Isto desestabiliza politicamente todo o sudeste asiático", diz o jornal.

Ontem, os Estados Unidos exigiram que a Córeia do Norte não "reative nenhum de seus reatores nucleares paralisados" e que não "piore" sua situação quanto a seus compromissos internacionais".

"Sabemos que a Coréia do Norte transfere combustível nuclear para um reator de cinco megawatts (8.000 mil barras) a fim de tentar voltar a operá-lo", declarou Brenda Geenberg, porta-voz do Departamento de Estado.

"Mais uma vez, pedimos à Coréia do Norte que não reative nenhum de seus aparatos nucleares desativados", acrescentou.

O presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-jung, disse a seus ministros da Segurança e do Exterior que eles devem procurar dialogar com a Coréia do Norte pelos canais existentes, enquanto trabalham com os EUA, com o Japão e com outros países para acalmar a crise acerca das instalações, fechadas desde 1994.

Kim, que é a favor de um engajamento construtivo com o Norte, em detrimento da atual abordagem americana de "jogar duro", não anunciou novas medidas específicas, mas seu governo abriu canais de comunicação durante a discussão sobre ajuda e reunificação.

Outra versão
Ainda ontem, a rádio estatal Pyongyang repetiu a declaração da Coréia do Norte de que seu reator está sendo "descongelado" para a produção de eletricidade, para fazer frente à falta de petróleo combustível.

"Os EUA e outros países estão espalhando uma falsa visão entre a comunidade internacional, de que a reativação de nossas instalações nucleares sinaliza o desenvolvimento de armas nucleares", disse a rádio, negando qualquer intenção do país de construir armas nucleares.

Após várias declarações oficiais e não-oficiais de que a Coréia do Norte teria mantido seu projeto de armas nucleares apesar de um acordo com os EUA em que prometia a interrupção desses trabalhos, o presidente norte-americano, George W. Bush, viu-se confrontado com uma crise potencial de guerra nuclear com Pyongyang (capital norte-coreana).

No dia 22 de dezembro, a Coréia do Norte declarou que começou a desmontar o sistema de vigilância instalado pelas Nações Unidas em suas centrais nucleares desativadas, desafiando assim a comunidade internacional e causando temor entre seus vizinhos.

Pyongyang começou "as tarefas de remoção das câmaras de monitoração das instalações nucleares que tinham sido congeladas para que possam operar normalmente na produção de eletricidade", informou a agência oficial de notícias do país, KCNA.

Em 12 de dezembro passado, a Coréia do Norte tinha anunciado que ia reativar seus reatores nucleares que produzem plutônio -desativados após a assinatura, em 1994, de um acordo com os Estados Unidos- para produzir energia.

Segundo o acordo de 1994, Coréia do Norte se comprometia a congelar suas instalações em troca da construção por um consórcio ocidental de dois reatores que poderiam servir para fins militares. Para compensar a perda de energia, os Estados Unidos deviam entregar a Pyonyang 500 mil toneladas de combustível por ano até o final da construção das novas centrais.

Washington suspendeu em novembro a entrega do combustível, alegando que Pyongyang tinha reconhecido a existência de outro programa nuclear militar secreto, na base do urânio enriquecido.

Pyongyang desmentiu, dizendo que só declarou que o país tinha o direito de possuir arma atômica.

Com agências internacionais

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