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28/12/2002 - 14h55

Carregamento de gasolina do Brasil chega à Venezuela

da Folha Online

Chegou hoje à Venezuela o navio brasileiro Amazonian Explore com 525 mil barris de gasolina comprada pelo governo venezuelano para aliviar a escassez que atinge o país desde o início da greve que já dura 27 dias.

Reuters - 15.dez.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
O navio chegou ao porto La Cruz (220 km de Caracas) e aguarda a presença do presidente Hugo Chávez para atracar, de acordo com informações do Palácio de Miraflores. "O presidente Chávez vai comandar o início do descarregamento do combustível para demonstrar agradecimento ao Brasil", segundo o palácio.

Na segunda-feira (23), o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil deveria mandar gasolina para a Venezuela.

A oposição venezuelana classificou como "hostil" qualquer possível ajuda ao abastecimento de combustível que o futuro governo brasileiro do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva possa dar a Hugo Chávez na Venezuela.

O dirigente político oposicionista Timoteo Zambrano, membro da mesa de negociação entre o governo e a oposição, afirmou que a ajuda brasileira seria uma violação expressa da soberania e um sinal de não reconhecimento do conflito venezuelano.

"É uma atitude hostil à sociedade democrática, com a Coordenação Democrática [CD, organização que reúne partidos, movimentos e entidades de oposição a Chávez]", disse Zambrano.

Ontem, o presidente Chávez afirmou que a industria petrolífera do país, em parte paralisada pela greve geral decretada pela oposição de direita há 27 dias, está de novo em atividade.



"Desde quinta-feira (26) reabrimos os poços e a produção de petróleo atingiu uma percentagem importante", afirmou o presidente Chávez no final de uma cerimônia no complexo petrolífero de Carenaro, 80 quilômetros a leste de Caracas (capital venezuelana).

"A companhia petrolífera estatal PDVSA (gigante estatal Petróleos de Venezuela) ultrapassou a situação mais crítica da sua história e atualmente já se nota uma melhoria", disse o presidente venezuelano.

"Vamos restabelecer a entrega de combustível, de gasolina, de gás, depois de salvar a pátria de um grupo de conspiradores que nos deu uma punhalada no coração", afirmou.

Segundo a oposição, que ontem organizou novas manifestações de protesto, cerca de 36 mil dos 42 mil funcionários da petrolífera estatal continuam em greve.

Também ontem, a oposição venezuelana invocou o estado "desobediência civil", previsto na Constituição, apara aprofundar sua luta contra o governo de Chávez, prosseguindo a greve geral que já dura 27 dias.

"Isto é uma nova ação do povo na rua. É uma etapa mais na ofensiva do povo marcada pela paralisação cívica nacional", disse o líder da oposição, Carlos Ortega.

Ele afirmou que com essa ação, a oposição "dá um passo à frente" ao desconhecer "os atos de um governo autoritário que desconhece seus direitos".

"A greve continua em estado de desobediência civil", concluiu.

A greve, convocada pela oposição no dia 2 de dezembro, tornou-se uma batalha de resistência entre o presidente esquerdista Hugo Chávez e seus adversários, que exigem sua renúncia e a convocação de eleições antecipadas.

Centenas de simpatizantes de Chávez reuniram-se ontem na frente da Suprema Corte, onde comandantes de navios deveriam registrar um protesto contra o que dizem ser uma campanha do governo para tentar forçá-los a voltar ao trabalho.

Chávez, que sobreviveu a um golpe de Estado em abril, enviou tropas para navios, petroleiros, refinarias e portos para tentar normalizar as atividades.

O presidente, eleito democraticamente em 1998 com votação esmagadora e reeleito em julho de 2000, com 59% dos votos, recusa-se a renunciar e prometeu acabar com a greve, que provocou temores de colapso econômico na Venezuela. Seu mandato termina em 2007. A Constituição prevê o referendo revogatório, que a oposição quer que seja realizado agora, a partir de 2003.

Com agências internacionais

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