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07/01/2003 - 16h35

Campanha eleitoral israelense é marcada por escândalos

da France Presse, em Jerusalém

A campanha para as eleições legislativas do próximo dia 28 em Israel começou hoje no rádio e na televisão, em meio a uma série de escândalos que põem em posição difícil o partido Likud, do atual primeiro-ministro Ariel Sharon.

O duplo atentado suicida praticado domingo em Tel Aviv, que causou 24 mortos, incluindo dois homens-bombas palestinos, deveria levar a delicada questão da segurança ao centro da campanha.

Há quase dois anos da posse de Sharon, que se comprometeu a restabelecer a paz e a segurança, o sangrento conflito israelense-palestino parece ainda longe de uma saída.

A campanha eleitoral começou na manhã de hoje, na rádio pública com uma série de mensagens apresentadas por diferentes partidos.

À noite, os programas publicitários dos diferentes candidatos serão transmitidos pela TV pública e pelas duas redes privadas.

"O espetáculo começou", foi a manchete do jornal de grande tiragem "Yediot Aharonot", seguido do outro grande diário popular, "Maariv", com título semelhante.

Os trabalhistas, liderados pelo prefeito de Haifa (norte de Israel), Amram Mitzna, preparam-se para explorar os casos de corrupção que afetam o Likud desde o final do ano passado.

Mas o atentado de domingo obrigou a oposição a mudar o alvo de seus primeiros quadros publicitários apontando o "fracasso da política de segurança de Sharon", segundo o Yediot Aharonot.

O Likud tem como alvo a política "covarde" do líder trabalhista, pronto para uma retirada militar unilateral dos territórios palestinos e "sob o fogo".

"Mitzna, outro erro dos trabalhistas", diz o slogan do Likud.

O partido de Sharon projeta centrar o essencial da campanha na personalidade do primeiro-ministro. A popularidade e a credibilidade dele, aparentemente, não foram afetadas pelos escândalos de corrupção que salpicam o Likud, apesar de as últimas pesquisas refletirem uma diminuição nas intenções de voto.

Em Jerusalém, os ônibus circulam com fotos gigantes de Sharon com os dizeres: "O povo quer Sharon".

Segundo pesquisa publicada no final da semana passada, o Likud obteria 31 cadeiras na Knesset (parlamento) num total de 120, contra as 19 que possui atualmente. Uma pesquisa anterior apontava que conseguiria 35 cadeiras e uma sondagem anterior, 41.

Este retrocesso progressivo é atribuído a uma série de revelações sobre uma presumível compra de votos e uma infiltração no Likud durante as eleições internas de 8 de dezembro passado, no curso das quais o Comitê Central do partido escolheu a lista de candidatos.

Segundo o jornal "Haaretz", que revelou o escândalo da compra de votos, Sharon e seus filhos também seriam suspeitos de abuso de confiança, falso testemunho e suborno.

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