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15/01/2003 - 04h14

EUA e OEA condenam posição brasileira com relação à Venezuela

MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Reticentes em expor publicamente suas divergências com o Brasil com relação à crise na Venezuela, a direção da OEA (Organização dos Estados Americanos) e a delegação norte-americana presentes hoje à posse de Lucio Gutiérrez na Presidência do Equador, vão tentar "enquadrar" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe de política externa.

A Casa Branca e o secretário-geral da OEA, César Gaviria, vão dizer a Lula que seus contatos com o presidente Hugo Chávez "não ajudaram a solucionar" a crise política e minaram os esforços feitos durante dois meses pela OEA para pacificar a Venezuela.

Também vão tentar convencer Lula de que, em vez de organizar um "grupo de amigos da Venezuela" com a participação de países de fora das Américas, o Brasil deveria apoiar um grupo de "amigos da OEA".

Ontem, pela primeira vez, essa divergência ficou explícita. Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado, reconheceu publicamente que os EUA não gostaram da primeira proposta de Lula para resolver a crise. "Nós [os EUA] não apoiamos a primeira idéia que surgiu de reuniões no Brasil", disse.

Foi uma referência às declarações de Lula e de Chávez feitas depois de um encontro entre ambos logo após a posse do presidente brasileiro. Nelas, Lula, a pedido de Chávez, cogitou convocar países como Rússia e França para compor um grupo de nações para pacificar a Venezuela.

Boucher foi vago quando indagado se o Brasil fará parte de um grupo apoiado pelos EUA para solucionar a crise no país. "Isso ainda não está definido".

A estratégia para enquadrar o Brasil será desenvolvida em dois encontros em Quito. No primeiro, Gaviria conversará diretamente com Lula. No segundo, a delegação americana irá reunir-se com o chanceler Celso Amorim.

Fazem parte da delegação norte-americana o assessor da Casa Branca para a América Latina, John Maisto, o primeiro subsecretário-adjunto de Estado para assuntos do Hemisfério Ocidental, Curt Struble, o vice-chefe de gabinete do presidente George W. Bush, Klay Johnson, e o enviado dos EUA para a América Latina, Otto Reich (cargo criado por Bush e que não precisa de aprovação do Senado).

Gaviria relatará a Lula como está sendo difícil colocar Chávez e seus opositores na mesa de negociações e pedirá a ele que, em vez de lançar estratégias novas paralelas, fortaleça os esforços da OEA.

Numa recente conversa telefônica com o ex-embaixador dos EUA na OEA, Roger Noriega, Gaviria reclamou das ações de Lula. Disse que o presidente brasileiro transmitiu a Chávez a sensação de que sua melhor estratégia seria partir para o confronto com a oposição, ao invés de negociar.

Segundo o relato de Gaviria, o Chávez que voltou a Caracas depois da posse de Lula no Brasil não é o mesmo que mostrava-se disposto a fazer concessões às oposições. Ele teria saído das conversas com Lula com a sensação de que o equilíbrio de forças na região mudou com o resultado das eleições no Equador e no Brasil e que, portanto, teria o respaldo da "nova comunidade internacional" para manter-se no poder sem negociar.

Tendo em vista o relato de Gaviria, Noriega, nomeado recentemente para o maior posto para a América Latina dentro do Departamento de Estado [ele não irá à posse porque ainda não foi confirmado pelo Senado], propôs ao presidente George W. Bush que lançasse sua própria estratégia para a Venezuela.

Seria uma estratégia para mostrar oposição a Lula mas, ao mesmo tempo, convidar o presidente brasileiro a corrigir suas primeiras ações.

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