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12/02/2003 - 23h43

Terminam confrontos armados que deixaram 14 mortos em La Paz

da Folha Online

Os confrontos armados violentos entre policiais e militares leais ao presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada foram encerrados na noite de hoje. Quatorze pessoas morreram e mais de 50 foram feridas.

Reuters - 6.ago.2002
Gonzalo Sánchez de Lozada, presidente da Bolívia
Depois de mais de cinco horas de violência em La Paz, a praça de armas, sede dos poderes do país, permaneceu vigiada por militares.

A violência popular tomou conta das ruas centrais da capital, onde multidões, concentradas nas esquinas, colocaram fogo na sede da Vice-Presidência da República, em uma agência bancária e na sede de três partidos políticos. Diante da falta de controle policial e militar, lojas foram saqueadas, o que pode voltar a acontecer esta noite.

O líder dos plantadores de coca e da oposição Evo Morales, que pediu a renúncia do presidente, convocou um bloqueio nacional de estradas.

Violência

O hospital público de La Paz divulgou que nove policiais foram mortos a tiros e houve 50 feridos. Também confirmou a morte de um civil. Outros dois corpos de policiais mortos estavam sendo velados no quartel do batalhão de choque, onde o comandante da Polícia, general Edgar Pardo, chorou diante dos caixões e, em uma mistura de protesto e impotência, arrancou o uniforme e prometeu aos subordinados que eles "terão tudo o que precisarem".

Boletins da clínica militar, no bairro Miraflores, deram conta de dois militares mortos nos confrontos na praça de armas de La Paz, que duraram mais de cinco horas.

David Mercado/Reuters
Confronto começou após estudantes apedrejarem sede do governo do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada


A violência se espalhou por outras cidades, segundo reportagens transmitidas ao vivo pela TV, principalmente Santa Cruz (Leste) e Cochabamba (Centro), epicentro de um recente conflito com os plantadores de coca.

Os incidentes acontecem na véspera de uma greve nacional de 24 horas convocada pela Central Operária Boliviana, máxima entidade sindical do país, cujo líder, Saturnino Mallku, exigiu a demissão de Sánchez de Lozada.

Em uma praça próxima ao palácio do governo, civis se concentraram para protestar contra o presidente. Tropas do Exército foram enviadas para o local.

Na cidade de El Alto, vizinha a La Paz, grupos de civis ergueram barricadas, que eram destruídas por militares.

Imposto

A onda de violência teve início depois que Sánchez de Lozada aprovou um imposto direto de 12,5% sobre os salários dos bolivianos.

O choque levou o governo a suspender as medidas econômicas impopulares que transformaram a principal praça de La Paz em um campo de batalha.

Diante da crise, Sanchez de Lozada anunciou ter desistido de do plano de um imposto direto sobre os salários que ele havia acabado de pedir ao Congresso para aprová-lo.

"Decidi retirar o projeto de lei orçamentária que enviei ao Congresso", disse. O projeto incluía plano de abolir os abatimentos de impostos para restringir fraudes e cortar o déficit fiscal para tentar obter ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A maior parte dos 10 mil policiais de La Paz recusou-se a patrulhar as ruas da capital hoje, em protesto por aumento de salários e contra as medidas do governo. No entanto, a maioria deve voltar ao trabalho amanhã.

Com agências internacionais

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