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18/03/2003
-
20h05
O ditador iraquiano Saddam Hussein rejeitou o ultimato de 48 horas para deixar o país que recebeu ontem do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Em mais um passo em direção à guerra, o Parlamento britânico aprovou nesta terça-feira a moção do primeiro-ministro, Tony Blair, que autoriza o uso das tropas do Reino Unido em uma ação militar contra o Iraque.
A moção do governo britânico pede que sejam usados "todos os meios necessários" para desarmar o Iraque, reforçando a autoridade do Parlamento sobre a guerra, apesar da oposição de muitos membros do Partido Trabalhista.
Aliados desde o início da crise iraquiana, os Estados Unidos e o Reino Unido têm 280 mil soldados na região do golfo Pérsico, posicionados para invadir o Iraque no que Bush classifica de ataque preventivo com objetivo de acabar com a suposta capacidade de Saddam de usar armas químicas, biológicas ou nucleares, ou de fornecer tais armas a grupos muçulmanos como a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O prazo final para Saddam termina às 22h15 desta quarta-feira (horário de Brasília). No entanto, o líder iraquiano mantém postura firme e declarou que o Iraque está preparado para combater qualquer invasor e falou em vitória ao dizer que os americanos serão derrotados na "última batalha do Iraque".
Esta é a primeira reação de Saddam Hussein ao ultimato de Bush. A TV mostrou Saddam, em uma rara aparição em uniforme militar, participando de uma reunião em seu gabinete.
"A reunião enfatizou que o Iraque e todos os seus filhos estão totalmente prontos para se confrontar com os invasores e repeli-los", disse a TV, transmitindo um comunicado divulgado pelo gabinete.
"O Iraque não escolhe seu caminho sob as ordens de um estrangeiro e não escolhe seus líderes de acordo com decretos de Washington, Londres ou Tel Aviv, mas pela vontade do grande povo iraquiano", afirmou o comunicado.
Discurso de Bush
Em discurso transmitido ontem pela televisão, Bush defendeu o direito dos Estados Unidos de fazer a guerra em desafio a aliados na ONU (Organização das Nações Unidas) como a França, que voltou nesta terça-feira a condenar a posição norte-americana.
"O tirano irá em breve", prometeu Bush em discurso de 13 minutos na Casa Branca transmitido ao povo norte-americano e direcionado também às Forças Armadas iraquianas, a quem Bush pediu que se rendam.
"Todas as décadas de fraude e crueldade chegaram ao fim agora. Saddam Hussein e seus filhos devem deixar o Iraque dentro de 48 horas. Se não o fizerem, isso resultará em conflito militar, a ser iniciado no momento de nossa escolha', declarou Bush.
Moção de Blair
A Câmara dos Comuns aprovou por 412 votos a favor e 149 contra a moção do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, sobre uma ofensiva militar contra o Iraque.
Pouco antes, o Parlamento britânico rejeitou uma moção que declarava que a justificativa para a guerra contra o Iraque não havia sido estabelecida, o que dá sinal verde a Blair para lançar uma ação militar.
Os parlamentares votaram por 396 a 217 contra o argumento de membros rebeldes do Partido Trabalhista de Blair de que a justificativa 'para uma guerra contra o Iraque ainda não havia sido estabelecida".
Hoje o ministro do Interior britânico, John Denham (de escalão intermediário), renunciou tornando-se o terceiro ministro a deixar o governo em protesto à política do premiê Tony Blair.
"John Denham renunciou", disse um porta-voz de Downing Street (residência oficial do premiê).
Denham, que também trabalhou no Departamento de Saúde, disse em um comunicado que não poderia apoiar o governo na votação de hoje.
Antes disso, Philip Hunt, ministro-assistente da Saúde, anunciou sua renúncia do gabinete do primeiro-ministro também em protesto contra os preparativos de uma invasão militar do Iraque.
Ontem, Robin Cook, líder do governo britânico no Parlamento e um respeitado ex-secretário de Relações Exteriores, renunciou para protestar contra a política que tem sido adotada por Blair na questão iraquiana.
A demissão de Cook foi a primeira baixa do gabinete por causa da política de Blair em relação ao Iraque.
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Saddam Hussein rejeita ultimato; Bush e Blair preparam ataque
da Folha OnlineO ditador iraquiano Saddam Hussein rejeitou o ultimato de 48 horas para deixar o país que recebeu ontem do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Em mais um passo em direção à guerra, o Parlamento britânico aprovou nesta terça-feira a moção do primeiro-ministro, Tony Blair, que autoriza o uso das tropas do Reino Unido em uma ação militar contra o Iraque.
A moção do governo britânico pede que sejam usados "todos os meios necessários" para desarmar o Iraque, reforçando a autoridade do Parlamento sobre a guerra, apesar da oposição de muitos membros do Partido Trabalhista.
Aliados desde o início da crise iraquiana, os Estados Unidos e o Reino Unido têm 280 mil soldados na região do golfo Pérsico, posicionados para invadir o Iraque no que Bush classifica de ataque preventivo com objetivo de acabar com a suposta capacidade de Saddam de usar armas químicas, biológicas ou nucleares, ou de fornecer tais armas a grupos muçulmanos como a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O prazo final para Saddam termina às 22h15 desta quarta-feira (horário de Brasília). No entanto, o líder iraquiano mantém postura firme e declarou que o Iraque está preparado para combater qualquer invasor e falou em vitória ao dizer que os americanos serão derrotados na "última batalha do Iraque".
Reuters - 4.fev.2003 |
Saddam Hussein, presidente do Iraque |
"A reunião enfatizou que o Iraque e todos os seus filhos estão totalmente prontos para se confrontar com os invasores e repeli-los", disse a TV, transmitindo um comunicado divulgado pelo gabinete.
"O Iraque não escolhe seu caminho sob as ordens de um estrangeiro e não escolhe seus líderes de acordo com decretos de Washington, Londres ou Tel Aviv, mas pela vontade do grande povo iraquiano", afirmou o comunicado.
Discurso de Bush
Em discurso transmitido ontem pela televisão, Bush defendeu o direito dos Estados Unidos de fazer a guerra em desafio a aliados na ONU (Organização das Nações Unidas) como a França, que voltou nesta terça-feira a condenar a posição norte-americana.
Reuters - 03.jan.2003 |
O presidente George W. Bush, durante discurso para soldados norte-americanos |
"Todas as décadas de fraude e crueldade chegaram ao fim agora. Saddam Hussein e seus filhos devem deixar o Iraque dentro de 48 horas. Se não o fizerem, isso resultará em conflito militar, a ser iniciado no momento de nossa escolha', declarou Bush.
Moção de Blair
A Câmara dos Comuns aprovou por 412 votos a favor e 149 contra a moção do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, sobre uma ofensiva militar contra o Iraque.
Pouco antes, o Parlamento britânico rejeitou uma moção que declarava que a justificativa para a guerra contra o Iraque não havia sido estabelecida, o que dá sinal verde a Blair para lançar uma ação militar.
Reuters - 24.02.2003 |
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido |
Hoje o ministro do Interior britânico, John Denham (de escalão intermediário), renunciou tornando-se o terceiro ministro a deixar o governo em protesto à política do premiê Tony Blair.
"John Denham renunciou", disse um porta-voz de Downing Street (residência oficial do premiê).
Denham, que também trabalhou no Departamento de Saúde, disse em um comunicado que não poderia apoiar o governo na votação de hoje.
Antes disso, Philip Hunt, ministro-assistente da Saúde, anunciou sua renúncia do gabinete do primeiro-ministro também em protesto contra os preparativos de uma invasão militar do Iraque.
Ontem, Robin Cook, líder do governo britânico no Parlamento e um respeitado ex-secretário de Relações Exteriores, renunciou para protestar contra a política que tem sido adotada por Blair na questão iraquiana.
A demissão de Cook foi a primeira baixa do gabinete por causa da política de Blair em relação ao Iraque.
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