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21/03/2009 - 09h13

Papa pede conversão dos adeptos da bruxaria em Angola

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da France Presse, em Luanda

O papa Bento 16 pediu neste sábado em Angola aos adeptos da bruxaria que se convertam à religião católica, durante uma missa na igreja de São Paulo da capital angolana.

"Muitos de vocês vivem com o medo dos espíritos, de poderes nefastos que os ameaçam, desorientados, e chegam a condenar crianças de rua e até idosos, porque, dizem, são bruxos", afirmou o pontífice em uma referência clara às várias seitas e religiões tradicionais africanas presentes em Angola, incluindo algumas que celebram rituais de sacrifício humanos.

Andrew Medichini-20mar.09/AP
O papa Bento 16 condenou nesta sexta-feira todas as formas de aborto, defendeu "família" e pediu o fim da corrupção na África
Na primeira viagem à Africa, o papa Bento 16 condenou a bruxaria e pediu que os angolanos se convertam à religião católica

"A eles é preciso anunciar que Cristo venceu a morte e todos estes poderes obscuros", disse o papa durante a homilia.

"Há quem objete que os deixemos em paz, que eles têm a verdade deles e nós a nossa. Que tentemos conviver pacificamente, deixando tudo como está. Estamos convencidos de que não cometemos injustiça alguma se apresentamos Cristo a eles [...] É para nós uma obrigação oferecer a possibilidade de alcançar a vida eterna", destacou.

Diante de bispos, religiosos e representantes dos movimentos católicos e missionários, em uma igreja remodelada e lotada, Bento 16 condenou tais movimentos na África, que na última década representam uma forte concorrência para a Igreja Católica.

Polêmica

Em sua primeira viagem pela África --que inclui ainda uma parada em Camarões-- o papa não escapou aos temas polêmicos. Ele condenou nesta sexta-feira (20) todas as formas de aborto, ao mesmo tempo em que exigiu medidas econômicas e legislativas em defesa da família, que segundo ele, "está ameaçada".

O papa mencionou o artigo 14 do Protocolo de Maputo, carta sobre os Direitos da Mulher na África que entrou em vigor em 2005 e foi ratificada pelos 20 Estados membros. O artigo se refere ao aborto como um dos métodos para regulamentar as políticas reprodutivas. "Como é amarga a ironia daqueles que promovem o aborto entre as curas para a saúde materna. É desconcertante a tese daqueles que acreditam que a eliminação da vida é um assunto de saúde reprodutiva", disse.

O papa fez as declarações no discurso que dirigiu aos bispos de Angola e São Tomé e Príncipe.

Em Camarões, o papa causou grande discussão na comunidade internacional ao dizer que a distribuição de preservativos não ajuda a reduzir o número de pessoas contaminadas com a Aids.

Bento 16 afirmou que a Aids "é uma tragédia que não pode ser superada com o dinheiro e nem com a distribuição de preservativos, os quais podem aumentar os problemas".

A declaração foi feita em resposta a uma pergunta sobre se os ensinamentos da Igreja Católica não eram "irrealistas e ineficazes" em relação à Aids. O papa defendeu que a epidemia só pode ser impedida com uma renovação moral no comportamento, a "humanização da sexualidade", incluindo elementos de fidelidade e autossacrifício.

O papa adota a visão tradicional da Igreja Católica sobre o tema: sexo apenas depois do casamento e a proibição de meios contraceptivos artificiais, como a camisinha e a pílula.

 

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