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01/04/2003
-
11h30
Os Estados Unidos descrevem o Iraque como a Alemanha nazista do século 21 e multiplicam as comparações entre o regime de Adolf Hitler e o de Saddam Hussein, numa guerra de palavras que se une às bombas lançadas contra o Iraque.
Ari Fleisher, porta-voz do presidente americano, George W. Bush, não hesita em comparar os métodos do regime iraquiano para aterrorizar seu povo com os da Gestapo, a polícia secreta nazista.
"Quando o presidente evoca o desejo do povo iraquiano de ser livre, sabe que o que representam um obstáculo à liberdade são a brutalidade e a repressão. Vemos que o comportamento de alguns esquadrões da morte e suas táticas recordam as da Gestapo", disse Fleischer ontem.
Ainda ontem, Bush descreveu o governo do Iraque como "o regime de um ditador que governa impondo o medo". O presidente americano afirmou que Saddam Hussein recorre aos "esquadrões da morte" e "ameaça" as crianças, acrescentando que os Estados Unidos estão chegando "com alimentos, remédios e uma vida melhor".
Já no dia 17 de março, quando Bush deu a Hussein 48 horas para partir ao exílio, o presidente americano traçou um paralelo entre o cenário diplomático atual com a atitude de alguns governos europeus em relação à Alemanha durante as duas guerras mundiais.
"No século 20, alguns optaram por apaziguar ditadores assassinos e permitiram que suas ameaças crescessem até se transformarem no genocídio e guerra mundial", disse Bush, sem mencionar os países que foram contrários na ONU (Organização das Nações Unidas) a uma intervenção militar imediata no Iraque.
No dia 6 de março, Bush citou em uma entrevista coletiva o Pacto de Munique de 1938, já que um ato de fraqueza diante Saddam Hussein levaria a um conflito com Bagdá idêntico à Segunda Guerra Mundial.
Bush também traçou paralelos entre a reconstrução do Iraque no pós-guerra com a reconstrução da Alemanha e Japão em 1945.
"Houve um tempo que acreditava-se que culturas como as do Japão e da Alemanha eram incapazes de apoiar valores democráticos. Estavam muito equivocados. Alguns dizem a mesma coisa hoje sobre o Iraque. Estão equivocados", declarou Bush, no dia 26 de fevereiro, ao expor seus planos para um Iraque na democracia.
A mudança de regime em Bagdá é sempre comparada por Washington ao processo de "desnazificação" da Alemanha liderada pelos aliados na Segunda Guerra Mundial, afirmou Maja Zehfus, cientista política da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
A posição dos Estados Unidos é "que as tiranias representam um perigo para a segurança mundial e que as nações democráticas são mais inclinadas a manter a paz e promover os interesses comuns da humanidade", disse Zehfus.
"Esse é um excelente resumo da posição americana em relação ao Iraque, mas são palavras retiradas de uma declaração feita durante a conferência de Potsdam em 1945", afirmou.
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
EUA comparam guerra contra Saddam com guerra contra Hitler
da France Presse, em WashingtonOs Estados Unidos descrevem o Iraque como a Alemanha nazista do século 21 e multiplicam as comparações entre o regime de Adolf Hitler e o de Saddam Hussein, numa guerra de palavras que se une às bombas lançadas contra o Iraque.
Reuters - 4.fev.2003 |
Saddam Hussein, presidente do Iraque |
"Quando o presidente evoca o desejo do povo iraquiano de ser livre, sabe que o que representam um obstáculo à liberdade são a brutalidade e a repressão. Vemos que o comportamento de alguns esquadrões da morte e suas táticas recordam as da Gestapo", disse Fleischer ontem.
Ainda ontem, Bush descreveu o governo do Iraque como "o regime de um ditador que governa impondo o medo". O presidente americano afirmou que Saddam Hussein recorre aos "esquadrões da morte" e "ameaça" as crianças, acrescentando que os Estados Unidos estão chegando "com alimentos, remédios e uma vida melhor".
Já no dia 17 de março, quando Bush deu a Hussein 48 horas para partir ao exílio, o presidente americano traçou um paralelo entre o cenário diplomático atual com a atitude de alguns governos europeus em relação à Alemanha durante as duas guerras mundiais.
"No século 20, alguns optaram por apaziguar ditadores assassinos e permitiram que suas ameaças crescessem até se transformarem no genocídio e guerra mundial", disse Bush, sem mencionar os países que foram contrários na ONU (Organização das Nações Unidas) a uma intervenção militar imediata no Iraque.
No dia 6 de março, Bush citou em uma entrevista coletiva o Pacto de Munique de 1938, já que um ato de fraqueza diante Saddam Hussein levaria a um conflito com Bagdá idêntico à Segunda Guerra Mundial.
Bush também traçou paralelos entre a reconstrução do Iraque no pós-guerra com a reconstrução da Alemanha e Japão em 1945.
"Houve um tempo que acreditava-se que culturas como as do Japão e da Alemanha eram incapazes de apoiar valores democráticos. Estavam muito equivocados. Alguns dizem a mesma coisa hoje sobre o Iraque. Estão equivocados", declarou Bush, no dia 26 de fevereiro, ao expor seus planos para um Iraque na democracia.
A mudança de regime em Bagdá é sempre comparada por Washington ao processo de "desnazificação" da Alemanha liderada pelos aliados na Segunda Guerra Mundial, afirmou Maja Zehfus, cientista política da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
A posição dos Estados Unidos é "que as tiranias representam um perigo para a segurança mundial e que as nações democráticas são mais inclinadas a manter a paz e promover os interesses comuns da humanidade", disse Zehfus.
"Esse é um excelente resumo da posição americana em relação ao Iraque, mas são palavras retiradas de uma declaração feita durante a conferência de Potsdam em 1945", afirmou.
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