Publicidade
Publicidade
Processo de paz será interrompido com Netanyahu, dizem analistas
Publicidade
JOSPEH KRAUS
da France Presse, em Jerusalém
O futuro primeiro-ministro de Israel, o direitista Binyamin Netanyahu, tenta tranquilizar o temor pelo seu conservadorismo com mensagem constante de que buscará a paz com os países vizinhos e palestinos. A mensagem, contudo, dificilmente passará da retórica à negociação efetiva de uma paz duradoura no Oriente Médio.
Netanyahu, líder do Likud, deve apresentar nesta terça-feira seu governo de coalizão com base no apoio da ultradireita e dos ultraortodoxos e de um reticente Partido Trabalhista, da esquerda. Até o momento, ele não mostrou entusiasmo pela criação de um Estado palestino, ao lado de Israel, principal proposta de negociação do até então governante Kadima, de centro-esquerda, mas que também não chegou a parte alguma.
Reuters |
O líder do partido Likud, Binyamin Netanyahu assume hoje como primeiro-ministro de Israel com uma coalizão de direita |
"Não acontecerá nada. Netanyahu não tem intenção de continuar as negociações a partir do ponto a que chegaram no governo de Ehud Olmert", diz o cientista político israelense Akiva Eldar.
Olmert já se pronunciou a favor da solução de dois Estados de coexistência pacífica, mas não alcançou progressos notáveis em mais de 20 encontros com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mamhoud Abbas.
Netanyahu propõe como prioridade de governo medidas para melhorar as condições econômicas na Cisjordânia, liderada por Abbas, em vez de negociar um acordo de paz. E ao negar-se a apoiar um Estado palestino, Netanyahu reacende o temor da ampliação do conflito, não apenas entre os palestinos mas com a comunidade internacional.
"O novo gabinete de Israel quer muito claramente incentivar a colonização, a multiplicação dos assentamentos e acabar definitivamente com os esforços para a criação do Estado palestino", disse Samir Awad, professor de ciência política na Universidade Palestina de Bir Zeit, na Cisjordânia.
Para Shlomo Avineri, professor de ciência política da Universidade Hebraica de Jerusalém, Netanyahu fará o impossível para evitar um enfrentamento com a administração do presidente americano, Barack Obama, que já disse querer retomar o processo de paz na região.
"Não disse as palavras mágicas --"dois Estados para dois povos"-- mas acredito que Netanyahu encerrará a construção de [novas] colônias", disse.
Apoiado pelo Partido Trabalhista, do ministro de Defesa, Ehud Barak, o governo terá mais controle sob as tendências de ultradireita da coalizão.
Para Avineri, "a nova administração americana pode mudar de tom, mas não de atitude". Foi George W. Bush, lembra, que falou pela primeira vez da visão de "dois Estados para dois povos".
O obstáculo real ao processo de paz, alertam os especialistas, pode estar entre os palestinos, que já alertaram que não discutirão com um governo israelense que negue a solução de dois Estados e recuse-se a congelar a ampliação das colônias judaicas.
"O processo de paz está suspenso", disse, no sábado passado (28), o negociador palestino Saeb Erakat, citado pelo jornal americano "Washington Post".
Leia mais notícias sobre o governo israelense
- Netanyahu assume governo de Israel sob críticas por gabinete inchado
- Lieberman ameaça romper coalizão se Netanyahu negar chancelaria, diz jornal
- Com Netanyahu à frente, novo governo assume hoje em Israel
Veja outras notícias de Mundo
- Para americanos, Obama conquistou respeito da comunidade internacional
- Brasil amplia esforço por indústria e cooperação militar
- Cuba amplia reforma do setor agrícola
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice
"é Provado" que o holocausto é um embuste?
"ninguem fala" dos mortos ciganos?
é provado onde? ninguem fala onde?
avalie fechar
avalie fechar
avalie fechar