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UE deve aceitar soberania da Moldova, diz Rússia
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da Folha de S. Paulo
A Rússia exigiu nesta quinta-feira (9) que a Romênia e a União Europeia respeitem a soberania da Moldova, país que faz fronteira com a União Europeia (UE), ao mesmo tempo em que tem um governo alinhado com Moscou. Europeus temem que a ex-república soviética possa se tornar o pivô de mais uma crise entre Rússia e UE.
A declaração ocorre em meio a uma crise política gestada na Moldova após a vitória do Partido Comunista, do presidente Vladimir Voronin, nas eleições parlamentares de domingo.
Os oposicionistas, pró-ocidentais, contestaram a lisura do pleito e protestos eclodiram na última terça, deixando um morto e centenas de feridos. A UE e observadores internacionais, no entanto, endossaram o processo eleitoral.
Voronin acusou a vizinha Romênia --integrante da UE desde 2007-- de estar por trás das manifestações. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou estar "profundamente perturbado" pela presença de bandeiras romenas durante os protestos porque elas provariam que os manifestantes "estão obcecados com a ideia de destruir o Estado moldávio".
Lavrov também disse ontem que a Rússia e os EUA não devem forçar as ex-repúblicas soviéticas a escolher entre esferas de influência. A declaração foi entendida como se referindo também à situação da Moldova.
A maior parte do que hoje é a república da Moldova era parte da Romênia até ser anexada, por Josef Stalin, à União Soviética, em 1940. Dois terços da população moldávia são de origem romena --o outro terço tem ascendência russa ou ucraniana--, e o idioma do país é similar ao do vizinho.
Os protestos ocorrem em meio aos efeitos da crise mundial, sentidos na Moldova principalmente pela via da diminuição das divisas de moldávios vivendo no exterior. Muitos dos que trabalhavam fora do país, grande parte na Romênia, têm perdido seus empregos.
Após as manifestações, o dirigente expulsou o embaixador romeno e estabeleceu um controle rigoroso nas fronteiras com o país vizinho. O governo romeno nega qualquer intervenção na Moldova. A UE instou Voronin a restabelecer relações normais com a Romênia.
Com agências internacionais
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