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Georgianos ameaçam desobediência civil por renúncia do presidente
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da Folha Online
Quase 25 mil pessoas protestaram nesta sexta-feira, em Tbilisi, pelo segundo dia consecutivo, em uma campanha da oposição por desobediência civil para conseguir a renúncia do presidente Mikhail Saakashvili.
Os protestos reuniram cerca de 50 mil nesta quinta-feira (9) em frente ao Parlamento da Geórgia, em Tbilisi, para exigir a renúncia do presidente Saakashvili, acusado pela desastrosa guerra com a Rússia em agosto passado pelo controle das regiões separatistas Ossétia do Sul e Abkházia. A oposição afirma ainda que ele não pode liderar a Geórgia diante de sua relação antagônica com Moscou.
Johannes Eisele/Reuters |
Manifestantes agitam bandeiras durante evento em Tbilisi no qual pedem a renúncia imediata do presidente Mikhail Saakashvili |
Como Saakashvili se nega a renunciar, a oposição decidiu lançar uma campanha de desobediência civil. "Os manifestantes bloquearam as principais ruas de Tibilisi", declarou uma das líderes do movimento de protesto, Kaja Kukava.
Saakashvili vem sofrendo forte desgaste político pela gestão da guerra do ano passado contra a Rússia. A guerra foi desatada pela tentativa do presidente de retomar o controle da zona separatista pró-Rússia da Ossétia do Sul, rejeitada pelo Exército russo, que invadiu o território georgiano. Nos dias seguintes, a Rússia abriu uma nova frente de conflito na região separatista de Abkházia, no noroeste da Geórgia. Após pressão internacional, os dois países assinam um acordo de cessar-fogo.
Os líderes da oposição prometeram mobilizar 100 mil pessoas e manter a pressão até obter a renúncia de Saakashvili e a convocação de eleições antecipadas.
"É óbvio que a resposta é não", disse Saakashvili, em entrevista coletiva. "Sempre foi não porque é assim sob a Constituição", continuou.
O ex-candidato presidencial Levan Gachechiladze afirmou que os protestos bloqueariam as ruas que levam até o escritório de Saakashvili das 15h às 19h (8h às 12h no horário de brasília) todos os dias, antes de se reunirem em frente ao Parlamento.
"Nós não vamos entrar nestes prédios", disse. "Nós queremos apenas pegar nosso país de volta".
Com France Presse e Reuters
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