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25/04/2003 - 16h19

Análise: Coréia do Norte, mesmo pobre, pode fabricar arma atômica

RICHARD INGHAM
da France Presse, em Paris

A Coréia do Norte, país pobre que provocou uma crise internacional ao se retirar do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), provavelmente possui bombas atômicas e dispõe de material para fabricar mais, afirmam especialistas.

Se o regime stalinista de Pyongyang reativar um pequeno reator nuclear que se encontra inativo em virtude do TNP, firmado em 1994, poderá sem problemas fabricar uma dúzia de bombas atômicas antes do final deste ano.

Mas, se o governo prosseguir com a conclusão de um programa nuclear mais ambicioso, disporá do potencial para fabricar em série dezenas de bombas anualmente até 2005, asseguraram os especialistas.

Levando em conta sua extrema pobreza, a Coréia do Norte poderá sentir-se tentada a vender material nuclear ou bombas atômicas para outros Estados ou para grupos terroristas.

Os analistas levantam estas hipóteses ao enfatizar que a Coréia do Norte parece profundamente envolvida em uma vasta operação destinada a impressionar os Estados Unidos.

Bomba atômica

Os serviços de informação norte-americanos, como a CIA (agência de inteligência dos EUA), acham que Pyongyang já possui uma ou duas bombas atômicas graças a uma reserva de plutônio que foi guardada pelas autoridades do país antes de paralisar seu programa nuclear em 1994.

Ao retomar a atividade de seu reator Yongbyon, a Coréia do Norte poderá voltar a fazer tratamento de óxido de urânio, que pode ser utilizado com fins militares.

Além disso, o país armazenaria suficiente material para fabricar várias bombas, conforme afirmou, em novembro passado, um informe da CIA.

No entanto, vários fatores dão uma nova dimensão ao problema. O reator de Yongbyon é de tamanho modesto. Com cinco megawatts de potência, é 60 vezes menor do que uma central nuclear civil e leva um ano inteiro para produzir o plutônio necessário para fabricar uma única bomba atômica, ainda segundo a CIA.

Etapas

Yongbyon está sob vigilância internacional desde 21 de dezembro, data em que a Coréia do Norte mandou retirar as câmaras instaladas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), conforme o acordo de 1994 firmado por Pyongyang, Washington, Seul e Tóquio.

John Large, consultor nuclear britânico independente, que prestou assessoria à Rússia no resgate dos restos do submarino nuclear Kursk, enfatizou que os cientistas coreanos deverão respeitar várias etapas antes de voltar a colocar em andamento o reator de Yongbyon.

A Coréia do Norte pode ter condições, ao final de alguns anos, de fabricar de "cinco a sete" bombas nucleares, segundo David Albright, presidente de um centro de estudos e de pesquisa de Washington, o Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional (Isis).

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