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26/04/2003 - 04h05

Proposta dos EUA vê papel menor à ONU na reconstrução do Iraque

ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, de Nova York

Os EUA devem apresentar na próxima semana uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança (CS) pondo fim às sanções ao Iraque e estabelecendo um coordenador da ONU para o país. O representante da entidade, porém, não teria poderes significativos na reconstrução, segundo funcionários do governo.

Um dos problemas, porém, é que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que seria o responsável por indicar o representante da entidade, tem se mostrado relutante em aceitar participar da reconstrução sem que as tarefas das Nações Unidas fiquem claras.

O plano americano abriria caminho no CS para a formação de uma autoridade interina no Iraque. Mas o texto deixaria claro que seu controle seria de responsabilidade dos EUA, que teriam então autorização formal para comandar o país até que um novo governo seja constituído.

Para diplomatas da ONU, a proposta americana pode servir como um início do debate no CS.

Pelo plano que os EUA deverão apresentar, a ONU perderia o controle do programa Petróleo por Comida, principal demanda da Casa Branca no pós-guerra.

Segundo diplomatas da ONU, a idéia do governo americano prevê a criação de um fundo de desenvolvimento para receber o dinheiro das exportações do petróleo iraquiano, sob o controle do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Do ponto de vista dos EUA, passar o controle do petróleo das mãos da ONU para as do Banco Mundial e do FMI acarreta uma mudança fundamental.

Na ONU há quatro outros países com poderes semelhantes aos dos EUA no CS (assento permanente e poder de veto) _Reino Unido, França, Rússia e China.

Já no FMI e nos órgãos do Banco Mundial, a influência americana é bem maior, já que o poder decisório decorre da quota de participação no capital das duas instituições _e os EUA têm a maior fatia em ambos os casos.

O plano dos EUA encontra resistência em membros do Conselho de Segurança que têm direito a veto, como a Rússia. Diplomatas do país, aliás, mostraram a colegas uma proposta informal de resolução, dando a Annan o direito de estabelecer novos contratos para exportação do petróleo iraquiano _algo que se choca frontalmente com o projeto idealizado por Washington.

Ao contrário dos EUA, que querem o fim das sanções, França e Rússia defendem sua suspensão.

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