Homem que tentou atacar família real holandesa era solitário, dizem vizinhos

Os vizinhos e conhecidos de Karst S., que na quinta-feira passada (30) matou seis pessoas ao invadir com o carro o desfile da família real da Holanda, o descrevem como solitário, mas não problemático. A polícia investiga o motivo para o holandês ter tentado atacar o ônibus que levava a família real holandesa em tradicional desfile do Dia da Rainha, em Apeldoorn. Karst morreu nesta sexta-feira no hospital.

VÍDEO: Carro atropela público que assistia à passagem da família real na Holanda

Segundo diversos testemunhos publicados neste sábado pela imprensa holandesa, Karst era retraído e tinha poucas relações com a vizinhança de Huissen (a 40 quilômetros de Apeldoorn), onde morava.

O homem tinha perdido recentemente o emprego em uma empresa de segurança e também tinha que deixar a casa onde morava. Segundo o proprietário do apartamento, ele tinha uma reunião nesta sexta-feira para entregar as chaves ao novo inquilino.

	Robin Utrecht/AP
	Carro desgovernado atropela plateia durante desfile da família Real na Holanda; cinco morreram no acidente

O proprietário, citado pelo jornal "De Telegraaf", afirma que ele nunca lhe deu problemas e que sempre pagava o aluguel em dia, mas, na semana passada, comunicou que não podia mais arcar com essa despesa, por isso tinha que deixar o apartamento.

As autoridades confirmaram que Karst S., 38, não tinha antecedentes policiais e também não sofria de problemas mentais.

Um amigo do agressor, citado sob pseudônimo pelo "De Telegraaf", considera que a ação de Karst foi um ato de desespero.

Segundo este homem, ao ficar sem trabalho, sem casa e sem dinheiro, Karst queria se vingar da empresa de segurança que o despediu, mostrando as falhas do sistema de segurança no desfile de Apeldoorn.

Karst entrou com o carro em alta velocidade durante o desfile em homenagem à família real e avançou sobre o público. O carro parou ao bater em um monumento, a poucos metros do ônibus conversível no qual desfilavam a rainha Beatrix e outros integrantes da família real.

Funcionários de Apeldoorn disseram que o motorista tinha um mapa com a rota que seria seguida pela rainha. Uma operação policial na casa de Karst não encontrou armas, explosivos ou indicações sobre uma conspiração mais ampla, segundo um comunicado da procuradoria.