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05/05/2003 - 13h47

Guerra deixa 1.101 civis mortos em Bagdá, diz registro hospitalar

da Folha Online

Pelo menos 1.101 civis iraquianos morreram em Bagdá durante a guerra no Iraque, de acordo com um levantamento do jornal Knight Ridder Newspapers, tendo como base os registros médicos de 19 hospitais da capital iraquiana.

O número de civis mortos na capital iraquiana pode ser ainda mais alto. Os registros hospitalares de Bagdá dizem que outras 1.255 mortes são "provavelmente" de civis, incluindo muitas mulheres e crianças.

Outros diversos mortos nunca foram levados aos hospitais de Bagdá e estão agora enterrados em cemitérios, quintais, jardins de hospitais, mesquitas e parques da cidade.

Mais de 6.800 civis ficaram feridos, segundo os registros hospitalares da capital iraquiana.

Crescimento

O informe traz os registros hospitalares realizados entre 19 de março, data do início da guerra, e 9 de abril, quando a cidade ficou sob o controle das forças americanas.

O número de mortes cresceu nos dias 5 e 6 abril, quando os americanos começaram suas incursões em Bagdá.

No hospital Shaheed Al Adnan, no centro de Bagdá, por exemplo, o registro apontou 44 civis mortos nos primeiros 17 dias de guerra e 41 nos últimos cinco dias, incluindo 24 no dia 5 de abril e 12 no dia 6 de abril.

Separação

Muitas das vítimas foram mulheres e crianças, de acordo com os registros dos médicos iraquianos que contabilizaram separadamente mortos civis e militares.

De acordo com o Knight Ridder Newspapers, o trabalho foi feito com exatidão no caso de crianças e mulheres, mas acabou sendo dificultado entre os homens, já que muitos disseram ter participado de combates para defender Saddam Hussein.

Os médicos informaram que levaram em conta a idade dos homens mortos, e os que não portavam identificação militar foram contabilizados como civis.

Distinção

Ainda assim, os registros não fazem distinção sobre as mortes produzidas por ataques de americanos ou de iraquianos.

"Não, nossos informes não são perfeitos. Mas creio que são precisos", disse Basim Al Shaeli, um cirurgião do hospital de Al Kharama, no sudoeste de Bagdá, segundo o relatório.

"Durante a invasão, fiz dez cirurgias por dia, permanecendo aqui por 24 horas. Enquanto trabalhava, os tiroteios continuavam, as balas atingiam o hospital e a área ao nosso redor, e podíamos ouvir os tanques lá fora", declarou.

"Estava fazendo uma cirurgia no pescoço, cabeça ou rosto e insistia para os pacientes voltarem para seus lares no dia seguinte porque a demanda por camas era muito grande [...] e não era só eu, cada um dos médicos trabalhava assim", afirmou.

A Sociedade do Crescente Vermelho (versão muçulmana da Cruz Vermelha) disse que os 19 hospitais citados foram os que mais provavelmente receberam feridos e mortos durante a guerra.

O balanço de mortos não inclui os civis que morreram no resto do Iraque ou fora desses centros médicos.

Com agências internacionais

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