Israel prende jornalista do "Haaretz" por morar em Gaza

A jornalista do diário "Haaretz" Amira Hass foi presa pela polícia israelense quando deixava a faixa de Gaza, por ter violado a lei que impede os cidadãos do país de viver em território inimigo, informa nesta quarta-feira a publicação. A detenção ocorreu nesta terça-feira e horas depois a jornalista foi libertada. Essa foi a segunda prisão da repórter na fronteira.

Anteriormente, Hass foi presa em dezembro do ano passado, quando tentava deixar a faixa de Gaza a bordo de um navio do movimento "Free Gaza", de solidariedade contra o bloqueio israelense.

Hass teve que passar por um interrogatório, pagar fiança e se comprometer a não retornar ao território palestino pelos próximos 30 dias. A jornalista trabalhava como repórter correspondente na faixa de Gaza e trabalhava na região desde o fim da ofensiva israelense na região, que causou a morte de 1.400 palestinos, na maioria civis.

A repórter é conhecida por reportagens de denúncia sobre a vida dos palestinos sob ocupação israelense, tendo trabalhado como correspondente da publicação em Gaza e em Ramallah.

Israel proíbe a entrada em Gaza de seus cidadãos desde que em junho de 2006 o soldado Gilad Shalit foi capturado por três milícias palestinas. Apesar da pressão da família e da imprensa local, o governo ainda não estabeleceu um acordo entre o movimento radical palestino do Hamas --que pede a libertação de presos em troca do soldado.

Recentemente, um outro caso envolvendo uma jornalista estrangeira teve destaque na imprensa internacional. Roxana Saberi, que trabalhava como correspondente no Irã, foi acusada de espionagem a favor dos Estados Unidos e foi condenada a oito anos de prisão. A jornalista entrou com recurso e teve a pena reduzida. Nos próximos cinco anos, Saberi não poderá cometer nenhum crime nem trabalhar no Irã.