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14/05/2009 - 08h15

Queda na imigração reduz crescimento da população latina nos EUA

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da Folha Online

As leis de imigração e principalmente a crise econômica que atingiu em cheio os Estados Unidos causou uma queda significativa nas taxas de imigração no país e reduziu o crescimento das populações latina e asiática em solo americano. a queda, avaliada pelo Censo americano, foi tão inesperado que o governo chegou a adiar, em mais de uma década, as estimativas sobre quando as ditas minorias serão a maior parte da população nos EUA.

Os dados do Censo americano, divulgados nesta quinta-feira, mostraram que o crescimento destas minorias foi de 2,3% em 2008, somando 104,6 milhões de imigrantes --34% do total da população americana.

Segundo o mais recente relatório, a porcentagem de crescimento dos hispânicos caiu de 4% em 2001 para 3,2% em 2008. O Censo indica ainda que a queda poderia ser menor caso a taxa de fertilidade não fosse tão alta, quase dez nascimentos para cada morte. Os asiáticos também reduziram sua taxa de crescimento de 3,7% em 2001 para cerca de 2,5%.

Os hispânicos e asiáticos, contudo, ainda são as duas minorias com maior crescimento populacional nos EUA --eles correspondem a cerca de 15% e 4,4% da população dos EUA, respectivamente.

Os negros, que representam cerca de 12,2% da população, aumentaram sua população em uma taxa de cerca de 1% ao anho.

Já os caucasianos aumentaram muito pouco nos anos recentes devido a taxas de nascimento muito baixas.

Geografia

Segundo o relatório, 38 dos 50 Estados do país tiveram um crescimento menor da população hispânica em relação a 2007. A queda aconteceu principalmente em lugares onde a crise hipotecária foi mais grave, como Nevada e Arizona, e fez com que houvesse uma redução no número de vagas no setor de construção.

A queda na taxa de imigração ocorreu também em pontos do sudoeste do país, local visto anteriormente como bom destino para imigrantes por oferecer muitos empregos na manufatura e ter cidades onde o custo de vida é baixo.

Em contraste, cidades na Califórnia, Illinois e Nova Jérsei mostraram crescimento mais significativo na imigração.

Em Arkansas, companhias de manufatura cortaram horas de trabalho e funcionários, deixando um grande número de hispânicos sem renda para pagar suas hipotecas. Para Maribel Tapia, conselheira imobiliária em Fayetteville, Arkansas, os imigrantes não devem voltar para seus países de origem e sim buscar conhecidos e familiares em outros Estados por novos empregos. "Eles apenas empacotam as coisas e se mudam", disse.

Expectativas

A redução na taxa de crescimento dos hispânicos e asiáticos mudou as expectativas de quando haverá a mudança efetiva no perfil demográfico da população e os caucasianos serão a minoria.

O Censo americano projetou em agosto do ano passado que as crianças caucasianas seriam uma minoria em 2023 e que a população caucasiana seria minoria em 2042. Diante dos novos dados de imigração, o Censo recalculou estes números, tipicamente atualizados a cada três ou quatro anos.

As novas projeções, que devem ser divulgadas este ano, podem atrasar esta mudança no perfil demográfico em dez anos, afirmou David Waddington, chefe de projeções do Censo.

"As políticas mudaram", disse, explicando porque os cientistas dizem acreditar na mudança das estimativas.

Esta redução na imigração pode continuar por mais alguns anos, segundo William Frey, especialista do Instituto Brookings. "O que isso significa é que a ideia de criar novos redutos asiáticos e hispânicos em partes diferentes dos Estados Unidos pode criar conflito já que estes imigrantes começam a disputar os mesmos empregos dos cidadãos americanos e moradores mais antigos", disse.

O Censo 2008 usa registro local de nascimentos e mortes, registro de pessoas migrando dentro dos EUA e estatísticas sobre imigração. Os dados para caucasianos se referem aos caucasianos que não citam etnia hispânica. Como o governo determina hispânico como uma etnia, um descendente de hispânico pode ser de qualquer raça.

Com Associated Press

 

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