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18/05/2009 - 09h53

Sri Lanka anuncia vitória na guerra contra tâmeis; UE pede investigação

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da Folha Online

A União Europeia (UE) pediu nesta segunda-feira uma investigação internacional e independente sobre possíveis violações de direitos humanos nos confrontos entre o Exército do Sri Lanka e a guerrilha separatista tâmil. Os conflitos, que deixaram cerca de 7.000 mortos, foram encerrados nesta segunda-feira com o anúncio do governo cingalês de vitória sobre os guerrilheiros dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil.

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Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), 7.000 civis foram mortos e 16.700 feridos em combate de 20 de janeiro a 7 de maio últimos, que incluíram três ataques em onze dias ao único hospital da região.

Akira Suemori/AP
Manifestante pró-tâmeis grita frases de apoio ao lado de bandeiras do movimento separatista em protesto
Manifestante pró-tâmeis grita frases de apoio ao lado de bandeiras do movimento separatista em protesto

Após o anúncio de vitória do Exército, os ministros de Relações Exteriores da UE aprovaram um texto que pede a abertura de uma "investigação independente" por possível violação do direito humanitário durante o conflito.

"Os responsáveis devem ser levados à Justiça", disseram os ministros do bloco, que também criticaram a guerrilha por usar civis "como escudos humanos" e por recrutá-los à força para lutar.

Segundo várias fontes, a investigação sobre o elevado número de vítimas nos combates deve ser internacional. A UE quer ainda que o governo de Colombo ajude a ONU a aliviar a grave crise humanitária que atinge a região onde ocorreram os combates.

O Exército cingalês diz ter libertado os últimos 72 mil civis presos na zona de guerra. "Há dezenas de milhares de pessoas em uma situação desesperadora", disse o ministro sueco de Relações Exteriores, Carl Bildt.

Outra exigência do bloco é que, para consolidar a paz no Sri Lanka, o Executivo inicie um processo político que atenda as preocupações de todas as comunidades que integram o país --incluindo a minoria tâmil.

A UE pede ainda que o governo encerre as restrições às agências humanitárias, acusadas por Colombo de ajudar os guerrilheiros, e permitir acesso total aos deslocados pela luta.

"Há uma óbvia necessidade de um acordo de inclusão política para dezenas de milhares de civis tâmeis inocentes que querem ser cidadãos de Sri Lanka com direitos iguais", disse o ministro inglês, David Miliband.

Os Tigres Tâmeis lutam desde 1983 para criar um território independente para a minoria étnica tâmil, que, segundo eles, sofreu discriminação nos sucessivos governos da maioria cingalesa.

Em reunião, os ministros dos 27 países do bloco afirmaram seguir denúncias de grande número de vítimas civis, incluindo crianças, nos confrontos.

Vitória

O Exército do Sri Lanka anunciou nesta segunda-feira a vitória na batalha final contra a guerrilha tâmil e o domínio sobre todo o território cingalês pela primeira vez desde 1983.

Depois de meses de intensa ofensiva militar contra os militantes dos Tigres pela Libertação do Tâmil Eelam, as forças especiais do governo disseram ter matado o líder separatista Vellupillai Prabhakaran enquanto ele tentava fugir da zona de guerra, uma pequena faixa de menos de 5 km² onde os rebeldes foram confinados, de ambulância.

Prabhakaran fundou o movimento separatista com a premissa de que um militante tâmil nunca deveria se render e chegou a pedir a seus seguidores que se suicidassem antes de se entregar às tropas do governo.

Buddhika Weerasinghe/Reuters
Cingaleses levam bandeiras do país em comemoração à vitória do Exército sobre os rebeldes separatistas tâmeis
Cingaleses levam bandeiras do país em comemoração à vitória do Exército sobre os rebeldes separatistas tâmeis

O chefe de inteligência tâmil, Pottu Amman, e Soosai, chefe do braço armado naval "Tigres do Mar", também foram mortos, segundo o Exército.

O comandante do Exército, general Sarath Fonseka, afirmou nesta segunda-feira que as tropas acabaram a tarefa que o presidente Mahinda Rajapaksa passou, há três anos.

Em 2002, quando a trégua assinada por ambas as partes começou a ruir, os militantes tâmeis controlavam cerca de 15 mil km² de território. Nas últimas semanas, essa área caiu para menos de 5 km².

"Nós libertamos todo o país liberando completamente o norte dos terroristas. Nós ganhamos controle total das áreas controladas pelos tigres tâmeis", disse Fonseka, em anúncio na televisão estatal.

O presidente Rajapaksa já havia declarado vitória sobre os separatistas no sábado passado (16), mesmo com a batalha se intensificando na mais longa guerra moderna da Ásia.

Com Efe e Reuters

 

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