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21/05/2009 - 17h35

Obama defende abrir memorandos sobre "tortura" no governo Bush

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira suas decisões de abrir memorandos elaborados na gestão de George W. Bush (2001-2009), sobre o uso de "técnicas severas de interrogatório" em suspeitos de terrorismo e de, por outro lado, proibir a publicação de fotos de maus tratos a prisioneiros.

Pouco depois, de um think-tank de Washington, o vice de Bush, Dick Cheney, fez discurso criticando ambas as decisões de Obama. Cheney afirmou que os memorandos deram aos terroristas informações preciosas a respeito do "modus operandi" dos americanos e que a transparência do atual governo é prejudicial para a segurança nacional.

Kevin Lamarque/Reuters
Obama defende suas decisões no setor da segurança nacional após derrota no Senado
Obama defende suas decisões no setor da segurança nacional após derrota no Senado

Obama disse que decidir quais informações são secretas e quais não são exige um equilíbrio "delicado". O presidente rebateu as críticas de que ambas decisões teriam sido contraditórias pois, em sua opinião, os memorandos não divulgaram nenhuma informação que já não fosse conhecida e que já não tivesse sido descrita por funcionários do governo Bush; enquanto as fotos inflamariam o sentimento antiamericano.

"Não fiz isso [abrir os memorandos] porque eu discordava das técnicas severas, não fiz isso porque discordo das lógicas legais deles --embora eu discorde mesmo, em ambos os casos. Eu fiz isso porque a existência daquela abordagem já era amplamente conhecida, o governo Bush havia admitido sua existência, e porque eu já havia banido aqueles métodos."

Luis M. Alvarez/AP
O vice de Bush, Dick Cheney, disse que Obama expõe os EUA ao terror
O vice de Bush, Dick Cheney, disse que Obama expõe os EUA ao terror

No discurso que fez logo após o de Obama, Cheney afirmou que a abertura dos memorandos "colocou informações secretas nas mãos dos terroristas, que receberam um longo manual de treinamento". "O argumento de que, de alguma forma, ao liberar os memorandos, damos aos terroristas informações sobre como eles serão interrogados não faz sentido. Nós não iremos interrogar os terroristas desse jeito. Essa abordagem está, agora, proibida", afirmou Obama.

Em relação às fotos, porém, Obama disse entender que elas colocariam as tropas dos EUA, ao redor do mundo, em risco. "Nada seria acrescentado, com a divulgação dessas fotos, que importe mais do que as vidas dos jovens homens e mulheres que estão servindo sob risco."

"Eu concorri para presidente pela transparência, e eu mantenho minha palavra. E a razão é que, sempre que possível, minha administração vai disponibilizar todas as informações para os americanos para que eles podem fazer seus juízos e nos fiscalizar. Mas eu nunca disse --e nunca direi-- que nossas mais sensíveis questões de segurança devem, simplesmente, ser um livro aberto", argumentou.

Guantánamo

Obama fez o discurso desta quinta-feira logo depois de ver reprovado, no Senado, inclusive por seus partidários democratas, seu pedido de US$ 80 milhões para realocar prisioneiros e fechar a prisão da base militar americana de Guantánamo, em Cuba. O presidente disse que mantém o plano de fechar a unidade até o começo do ano que vem.

Saiba mais sobre a prisão em Guantánamo
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Sobre os medos dos rivais republicados e dos seus partidários de que pessoas ligadas ao terrorismo sejam libertadas, no afã de cumprir a promessa, Obama assegurou que não irá colocar a segurança dos EUA em risco. Ele, porém, como temiam alguns críticos, manteve aberta a hipótese de alguns presos ficarem em prisões de segurança máxima, nos EUA.

"Não vamos libertar ninguém que ameaçar nossa segurança, nem vamos libertar prisioneiros nos EUA que ameacem os americanos. Nós procuraremos transferir alguns prisioneiros para prisões de segurança máxima que garantem a segurança do nosso povo."

Os prisioneiros que violaram as leis da Constituição americana serão julgados pelo sistema judiciário federal americano; os que violaram as leis de guerra serão julgados nos tribunais militares --que Obama extinguiu mas, depois, recriou--; os absolvidos pela Justiça serão, por fim, soltos; e, os que puderem, serão devolvidos aos seus países de origem.

Os prisioneiros que não podem ser julgados, pois não há acusação clara contra eles, e são considerados perigosos, por sua vez, serão alvo de um novo regime legal, que a equipe de Obama trabalhará para criar.

Comentários dos leitores
J. R. (1267) 02/02/2010 13h52
J. R. (1267) 02/02/2010 13h52
Obrigado pela dica! Um bom documentario sobre o poder dos bancos. sem opinião
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Mauricio Valente (7) 01/02/2010 19h40
Mauricio Valente (7) 01/02/2010 19h40
Para J.R.:
Interessante seu conhecimento de política internacional, mas falta um esclarescimento:
Assista ao documentário de Charlie Sheen "a verdade liberta voce" no youtube. Vai gostar de ligar os pontinhos...
sem opinião
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Marcelo Moreto (248) 01/02/2010 18h12
Marcelo Moreto (248) 01/02/2010 18h12
Bom, vamos esperar que parte desses BILHÕES sejam destinados à retirada de tropas dos países que eles invadiram. E esperar que este valor não seja atrelado à dívida externa dos mesmos... 4 opiniões
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