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27/05/2009 - 16h13

Após ameaças, EUA reafirmam compromisso com defesa do Japão e da Coreia do Sul

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colaboração para a Folha Online

No dia em que a Coreia do Norte formalmente disse não estar mais sujeita ao cessar-fogo que encerrou a Guerra da Coreia, há 56 anos, e anunciou o religamento do seu principal reator nuclear, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, advertiu nesta quarta-feira a Coreia do Norte sobre as consequências de seus testes nucleares, que qualificou como "ações provocativas e beligerantes".

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Leia a íntegra do comunicado norte-coreano sobre o teste

Em um breve discurso à imprensa, Hillary ressaltou que os Estados Unidos estão comprometidos em defender a segurança dos países vizinhos, como Japão e Coreia do Sul, diante dos testes com mísseis nucleares realizados recentemente pela Coreia do Norte.

"Eu quero sublinhar os compromissos que os Estados Unidos têm e pretende sempre honrar pela defesa da Coreia do Sul e do Japão", disse a secretária de Estado. Os EUA possuem tropas nos dois países desde o fim da Segunda Guerra (1939-1945).

Mas, seguindo o padrão adotado pela diplomacia americana desde o teste nuclear norte-coreano de segunda-feira, a secretária de Estado disse que a via de negociação continua aberta.

"Nós esperamos que haja uma oportunidade para a Coreia do Norte retorne para as diretrizes da discussão dentro do processo de seis partes e que nós possamos começar, mais uma vez, a ver resultados de trabalhar com, os norte-coreanos rumo à desnuclearização [da península coreana]", disse Hillary, referindo-se à negociação entre as duas Coreias, Japão, Rússia, China e EUA que levaram ao compromisso norte-coreano, em 2005, de abandonar o programa nuclear. A Coreia do Norte fez seu primeiro teste nuclear no ano seguinte.

Já na Casa Branca, o porta-voz da Presidência, Robert Gibbs, disse que a Coreia do Norte não vai conseguir chamar a atenção do mundo com ameaças que nada farão além de reforçar mais ainda seu "isolamento".

"As ameaças não vão dar à Coreia do Norte a atenção que deseja. Suas ações não fazem nada além de reforçar seu isolamento" no cenário internacional, declarou à imprensa o porta-voz Robert Gibbs.

Gibbs destacou que seria preferível que a Coreia do Norte voltasse seus esforços para "o cumprimento de suas promessas" sobre o desmantelamento de suas instalações nucleares, e disse que os EUA estão "preocupados" com as ameaças proferidas pelo regime comunista.

Em reação à adesão da Coreia do Sul à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa (PSI, na sigla em inglês), a Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira que não se sente mais vinculada ao armistício de 1953 que pôs um fim à guerra da Coreia (1950-1953). "A península coreana vai voltar a um estado de guerra", avisou Pyongyang.

"Isso não vai trazer nada de bom para eles", avisou Gibbs.

"Estamos fazendo o máximo para garantir que a Coreia do Norte não divulgue seu conhecimento em matéria nuclear", também afirmou o porta-voz, manifestando-se sobre a preocupação americana de que o regime norte-coreano venda segredos nucleares para outros países ou grupos terroristas.

Entenda a escalada da tensão

A escalada da tensão começou com o teste nuclear anunciado na segunda-feira (25) pelo regime norte-coreano e que originou uma grave crise internacional. Nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança concluiu que o segundo teste nuclear feito pela Coreia do Norte violou a resolução emitida pelo conselho em 2006, quando o regime norte-coreano fez seu primeiro teste nuclear.

Analistas afirmam que a Coreia do Norte quer pressionar Washington e o governo do novato Barack Obama para ter uma posição privilegiada ao exigir o fim das sanções econômicas e o reconhecimento diplomático na mesa de negociações pela desnuclearização.

A Coreia do Norte lançou também nesta quarta-feira (terça-feira no Brasil), pelo terceiro dia consecutivo, um míssil de curto alcance em sua costa leste, informaram fontes oficiais sul-coreanas citadas pela Yonhap, agência estatal de notícias da Coreia do Sul.

Fontes da Presidência da Coreia do Sul disseram à Yonhap que, pouco depois de 9h (21h desta terça-feira no horário de Brasília), a Coreia do Norte disparou outro míssil de terra em direção ao mar do Leste.

Fontes sul-coreanas disseram à Yonhap que o regime de Kim Jong-il estaria preparando lançamentos adicionais na costa oeste de mísseis anticruzeiro KN-01, similares aos Silk Worm e com um alcance máximo de 160 quilômetros. O objetivo seria desencorajar sobrevoos espiões sul-coreanos e norte-americanos no país. Fontes da defesa sul-coreana estimam que a Coreia do Norte tem, no total, 800 mísseis, entre eles alguns de longo alcance Taepodong, como o que lançou em 2006, e 200 Rodong, com alcance de 1.300 km

Reator

A Coreia do Norte voltou ainda a processar combustível nuclear para produzir mais plutônio com fins militares, informa a imprensa sul-coreana.

O jornal "Chosun Ilbo" afirma que testemunhas viram a saída de vapor recentemente de uma área de Yongbyon, ao norte de Pyongyang, um sinal de que foram reativadas as instalações que produzem plutônio, que pode ser utilizado na fabricação de bombas nucleares.

A Coreia do Norte anunciou em 14 de abril a retirada das negociações do Grupo dos Seis (Rússia, Coreia do Norte e Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e China), o fim da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a reativação das instalações nucleares, depois que o país foi condenado no Conselho de Segurança da ONU pelo lançamento de um foguete no último dia 5 de abril.

Pyongyang havia se comprometido em fevereiro de 2007 a fechar as instalações de Yongbyon que produzem plutônio, material que pode ser utilizado na fabricação da bomba nuclear.

O "Chosun Ilbo" destaca que se Coreia do Norte processar 8.000 barras de combustível de Yongbyon pode obter entre seis e oito quilos de plutônio, o suficiente para fabricar uma bomba nuclear.

Com agências internacionais

Comentários dos leitores
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
Seria até possível forçar o Irã às inspeções caso Israel também se submeta a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em todas as suas instalações de Dimona e militares. Assim o mundo ficaria mais tranquilo ao saber que não estão escondendo armas de destruição em massa, do mesmo modo que o Irã. Obviamente a comissão da AIEA tem que ser formada por representantes de todas as partes, não apenas os escolhidos a dedo pelos U-S-A. A paz exige sacrifício e determinação. sem opinião
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eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
Não acredito que por em risco sua própria gente será barreira para os "adoradores do caos". A Espanha acena que esta fora dos conflitos pesados, a China só vai obeservar, outros países também terão lucidez e cairão fora. Sobrará a batata quente para aqueles que a "fornaram", e terão que arcar com seus atos, pois o que enfrentarão já derrotou outros impérios no passado. O Irã não é qualquer um não. Quem viver verá. 3 opiniões
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J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
O assassinato do físico nuclear iraniano Masud Ali Mohammadi, engajado ao movimento nacionalista iraniano, obviamente foi obra da Cia e Mossad, pelas caracteristicas, embora neguem até o fim como sempre fazem. Com esse ataque terrorista agora deverá ocorrer uma espécie de "caça às bruxas" na Universidade de Teerã, e talvez esse seja, além de
assassinar o professor, o objetivo final da ação, que é dividir internamente o Irã. Como os U-S-A divulgaram recentemente, o que está ocorrendo de fato agora é uma aceleração do programa nuclear do Irã. Pelo andar da carruagem os U-S-A sabem que já não podem mais promover uma guerra convencional contra o Irã, pois poriam em risco suas tropas.
Agora só resta uma saída: tentar minar e derrubar o atual governo iraniano através de ações de terrorismo e sabotagem, o que parece ser algo impossível e só serviria para massacrar ainda mais a oposição. O lider religioso Khamenei fala abertamente que "Todas as partes com tendências diferentes devem se distanciar claramente dos inimigos, em particular as elites influentes, que devem também se abster de fazer comentários ambíguos", o que não deixa de ser o início do combate à influência dos U-S-A sobre a classe média iraniana, e uma nova revolução está em curso para solidificar a atual.
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