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19/06/2009 - 08h16

Analistas veem disputa entre clero e militares no Irã

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CLAUDIA ANTUNES
da Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro

Para além da disputa sobre o resultado real da eleição no Irã, um número cada vez maior de especialistas vê no país persa uma batalha que opõe parte significativa do clero às forças da Guarda Revolucionária e dos basiji, seu corpo de reservistas.

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Sob a Presidência de Mahmoud Ahmadinejad, oficial da guarda durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), esses setores militares alcançaram influência econômica e política inédita, dizem os analistas -a maioria iranianos no exterior.

Questionado entre seus pares, o líder supremo Ali Khamenei apoiou a primeira eleição de Ahmadinejad, em 2005.

Mas seu próprio poder teria sido minado pela aliança de conveniência contra setores reformistas ou pragmáticos, representados pelos ex-presidentes Mohammad Khatami (1997-2005) e Hashemi Rafsanjani (1989-1997).

"A Guarda Revolucionária em geral aceitou a liderança do clero (...). Mas enquanto [o aiatolá Ruhollah] Khomeini a mantinha longe da política, Khamenei a encorajou a se envolver em batalhas políticas", escreveu Abbas Milani, diretor de estudos iranianos da Universidade de Stanford (EUA), na revista "The New Republic".

Agora, afirmou Milani, o líder religioso está numa encruzilhada: "É difícil imaginar a guarda suprimindo os atuais protestos e depois simplesmente devolvendo o poder ao clero".

A guarda, com cerca de 120 mil integrantes, foi criada por Khomeini para zelar pela segurança nacional. Os basiji dizem ter 12,5 milhões de voluntários (numa população de 66 milhões), mas apenas 90 mil andam armados e têm soldos.

A preocupação de parte do clero com o poder paramilitar já vinha crescendo. Em 2005, o candidato reformista Mehdi Karubi, que voltou a concorrer neste ano, denunciou a guarda por supostamente controlar portos clandestinos. O dinheiro de importações ilegais, acusou, financiou a campanha eleitoral de Ahmadinejad.

O presidente cultiva a fama de incorruptível e humilde, em contraste com a imagem pública de religiosos como Rafsanjani.

Para ele, a Guarda Revolucionária seria o verdadeiro esteio do regime. Mesmo quem defende que Ahmadinejad foi reeleito legitimamente concorda em que seu poder ante o clero é superior ao de seus antecessores.

"Esta eleição fez de Ahmadinejad um presidente poderoso, talvez o mais poderoso desde a revolução", disse George Friedman, da Stratfor, respeitada firma de consultoria geopolítica.

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
1 opinião
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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