Publicidade
Publicidade
Analistas veem disputa entre clero e militares no Irã
Publicidade
CLAUDIA ANTUNES
da Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro
Para além da disputa sobre o resultado real da eleição no Irã, um número cada vez maior de especialistas vê no país persa uma batalha que opõe parte significativa do clero às forças da Guarda Revolucionária e dos basiji, seu corpo de reservistas.
Conheça os indícios da suposta fraude na eleição
Líder supremo está acima do presidente; entenda
Golpe e revolução marcam o último século no Irã
Correntes alternam-se na Presidência desde 1979
Sob a Presidência de Mahmoud Ahmadinejad, oficial da guarda durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), esses setores militares alcançaram influência econômica e política inédita, dizem os analistas -a maioria iranianos no exterior.
Questionado entre seus pares, o líder supremo Ali Khamenei apoiou a primeira eleição de Ahmadinejad, em 2005.
Mas seu próprio poder teria sido minado pela aliança de conveniência contra setores reformistas ou pragmáticos, representados pelos ex-presidentes Mohammad Khatami (1997-2005) e Hashemi Rafsanjani (1989-1997).
"A Guarda Revolucionária em geral aceitou a liderança do clero (...). Mas enquanto [o aiatolá Ruhollah] Khomeini a mantinha longe da política, Khamenei a encorajou a se envolver em batalhas políticas", escreveu Abbas Milani, diretor de estudos iranianos da Universidade de Stanford (EUA), na revista "The New Republic".
Agora, afirmou Milani, o líder religioso está numa encruzilhada: "É difícil imaginar a guarda suprimindo os atuais protestos e depois simplesmente devolvendo o poder ao clero".
A guarda, com cerca de 120 mil integrantes, foi criada por Khomeini para zelar pela segurança nacional. Os basiji dizem ter 12,5 milhões de voluntários (numa população de 66 milhões), mas apenas 90 mil andam armados e têm soldos.
A preocupação de parte do clero com o poder paramilitar já vinha crescendo. Em 2005, o candidato reformista Mehdi Karubi, que voltou a concorrer neste ano, denunciou a guarda por supostamente controlar portos clandestinos. O dinheiro de importações ilegais, acusou, financiou a campanha eleitoral de Ahmadinejad.
O presidente cultiva a fama de incorruptível e humilde, em contraste com a imagem pública de religiosos como Rafsanjani.
Para ele, a Guarda Revolucionária seria o verdadeiro esteio do regime. Mesmo quem defende que Ahmadinejad foi reeleito legitimamente concorda em que seu poder ante o clero é superior ao de seus antecessores.
"Esta eleição fez de Ahmadinejad um presidente poderoso, talvez o mais poderoso desde a revolução", disse George Friedman, da Stratfor, respeitada firma de consultoria geopolítica.
Leia mais notícias sobre a eleição iraniana
- Líder supremo do Irã defende Ahmadinejad e culpa "inimigos do Islã" por crise
- Sob críticas, Casa Branca defende resposta de Obama a protestos no Irã
- "Dia de Luto" reúne mais de 100 mil nas ruas de Teerã
Outras notícias internacionais
- Câmara britânica veta parte dos dados sobre seus gastos
- Chávez pede aplausos para Obama e elogia intenções de mudança
- Atentado atribuído ao ETA mata agente antiterrorismo na Espanha
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
avalie fechar
avalie fechar