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23/06/2009 - 20h46

Cineasta iraniano pede apoio aos jovens que protestam contra o governo

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RÉBECCA FRASQUET
da France Presse, em Paris

"A comunidade internacional deve apoiar a juventude iraniana que luta por seus direitos fundamentais", disse em entrevista à agência France Presse o cineasta iraniano Bahman Ghobadi, autor do filme "Gatos Persas" sobre o cenário musical underground de Teerã, premiado em Cannes.

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"Neste filme eu grito, representando toda a juventude que grita no Irã por direitos fundamentais suprimidos, pelo que há uma tal revolta na rua", afirmou o cineasta iraniano de origem curda de 40 anos, ao passar por Paris.

"Merecemos mais. É por isto que, uma vez na rua, esta juventude não recuará. É preciso que a comunidade internacional apóie este movimento", acrescentou.

Ghobadi acompanha diariamente, por meio da internet, a onda de protesto sem precedentes desde a revolução de 1979, depois da vitória contestada de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais de 12 de junho.

"Não prego a queda da República Islâmica, mas esta juventude deve assumir as rédeas do país, precisamos de sangue novo. É preciso ajudar a juventude iraniana para que ela faça alguma coisa pelo país", disse.

O poder iraniano excluiu nesta terça-feira a possibilidade de anular o pleito, anunciando que o novo presidente e seu governo tomariam posse entre 26 de julho e 19 de agosto.

Nos últimos dez dias, a anulação estava sendo exigida pela oposição liderada por Mir Hossein Mousavi, através de manifestações que tiveram pelo menos 17 mortos, uma centena de feridos e centenas de detenções.

"Há um fosso entre duas gerações, a que fez a Revolução e os jovens de 20 a 30 anos que não têm liberdade e tomam consciência de que devem lutar para obtê-la", estima o cineasta.

Em seu último filme, matizado de documentário, e que foi um dos premiados da sessão "Un Certain Regard", concedido na Croisette, em maio, Ghobadi denuncia a repressão que golpeia os jovens músicos de seu país.

"No Irã, a música, o sexo são proibidos, assim como ir a bistrôs; as mulheres não têm direito de cantar, tudo deve ser islamizado, então, hoje a juventude iraniana sofre de um verdadeiro complexo", estima Ghobadi.

"Não acho que exista outro país no mundo onde a juventude seja tão deprimida, tão pessimista. Há muitos suicídios entre os jovens no Irã", acrescentou.

"Mas o lado positivo desta situação, é que as pessoas não têm medo, e ousam sair às ruas", considerou.

No início de junho, Bahman Ghobadi foi detido e preso durante uma semana por ter ultrapassado a fronteira entre o Irã e o Curdistão iraquiano.

"Critiquei o governo e entrei ilegalmente no Irã", disse.

"Às vésperas das eleições, não podiam manter preso por mais tempo um cineasta curdo conhecido no exterior. Mas precisei pagar uma gorda fiança para sair", prosseguiu Bahman Ghobadi, que vive entre "os Estados Unidos, a Europa e o Curdistão iraquiano para se manter ligado à sua cultura".

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
1 opinião
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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