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Milionário colombiano, De Narváez virou principal nome da oposição argentina
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da Folha Online
O empresário milionário colombiano Francisco de Narváez, 55, saiu das revistas sobre a alta sociedade para a capa dos principais jornais do mundo como o rosto que simboliza a derrota do governo Kirchner nas eleições legislativas deste domingo.
À frente do partido União-Pro, do peronismo dissidente, De Narváez desafiou o poder e a influência do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007) e conseguiu vencer, mesmo que "por um pouquinho", mas palavras de Kirchner, as eleições legislativas que garantiriam uma segunda metade de governo tranquila à presidente Cristina Kirchner e uma candidatura digna de favoritismo ao Nestor Kirchner, nas eleições presidenciais de 2011.
Nascido na Colômbia, em 22 de setembro de 1953, De Narváez --conhecido como "vermelho" por seu cabelo ruivo-- se lançou à caça dos votos conservadores --daqueles peronistas insatisfeitos com o modelo de governo de Nestor Kirchner-- e os atuais insatisfeitos com o desempenho da presidente Cristina.
Marcos Brindicci/Reuters | ||
Francisco De Narváez conquistou bons votos para seu partido nas eleições legislativas argentinas deste domingo |
Filho de Doris Steuer e Juan de Narváez, De Narváez deixou Bogotá com apenas três anos para ir com a família à Argentina, onde obteve nacionalização em 1983. Sua fortuna vem de uma herança familiar e do investimento nos negócios.
De Narváez estudou no exclusivo colégio Cardenal Newman, onde estudaram também o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, seu amigo e sócio político na aliança União-Pro.
Ele começou cedo nos negócios da família, com 17 anos entrou para a empresa para, em 1989, ocupar o cargo de presidente.
Seu avó materno, Karel Steuer, tinha uma rede de lojas de presentes para crianças na Europa chamada "Te-ta", que, em tcheco, significa tia. O nome permaneceu depois em uma rede de supermercados que estabeleceu na Argentina e a qual vendeu em 1999.
Em 2002, comprou a La Rural, firma que administra o maior centro de feiras de Buenos Aires e um símbolo da burguesia agrícola argentina.
De Narváez é ainda dono do canal América, da televisão aberta argentina, e do jornal econômico "El Cronista".
"Um dia, deixei de lado a indiferença, deixei de me queixar e me pus a trabalhar para mudar a situação no país", diz, em seu site. "A meu ver, o maior erro era a falta de participação da classe empresária."
Vida política
A mudança dos negócios privados para a política veio em 2001, quando, através da Fundação Unidos do Sul, se afiliou ao Partido Justicialista. Hoje, De Narvaéz descreve sua filiação como um mero passo para formalizar como sempre se sentiu: peronista.
Leo La Valle/Efe | ||
Apoiadores do partido União-Pro comemoram vitória nas eleições; De Narváez investiu milhões na campanha |
Ligado inicialmente à ala liderada pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), ele chegou a ser deputado da Província de Buenos Aires, a mais importante do país, em 2006. Dois anos depois, disputou a eleição para governador do distrito de Buenos Aires. Com um milhão de votos, sua alçada foi resultado de uma aliança de peronistas conservadores com o centro-direitista União-Pro.
O partido, que é presidido pelo prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, foi quem deu apoio para a candidatura deste ano.
Campanha
Na campanha pelo Congresso, De Narváez enfrentou denúncias de vínculos com chefes do narcotráfico e todo tipo de crítica dos partidos governistas.
A imprensa argentina especula que sua fortuna chega a US$ 200 milhões e que gastou cerca de US$ 230 mil diários com sua onipresente campanha eleitoral.
"Sou um tipo comum" e "tenho um plano" foram as principais frases de sua campanha para uma população que sofre com a crise econômica argentina e está distante de seu mundo milionário.
Conservador, ele quis identificar-se com modelos como o presidente de governo, José Luis Rodríguez Zapatero, da Espanha, e o presidente Barack Obama, dos Estados Unidos.
Inconfundível por sua tatuagem de serpente no pescoço, ele afirma que sua máxima ambição política não é ser presidente e sim governador da Província de Buenos Aires --algo que poucos creem.
Casado pela segunda vez, com a advogada e ex-modelo Agustina Ayllón, 37, De Narváez tem cinco filhos e um sexto a caminho.
Ele confessou que pensou em se matar em um quarto de hotel de luxo em 1993, em uma época na qual era viciado em trabalho. Ele afirma que deixou esta fase graças ao apoio familiar.
Com Efe e France Presse
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