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Presidente interino diz que Zelaya será preso se voltar a Honduras
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da Folha Online
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, negou um golpe de Estado no país, mas advertiu nesta terça-feira ao presidente deposto, Manuel Zelaya, que os tribunais "têm uma ordem de captura" pronta caso decida retornar ao país. Zelaya foi deposto e expulso do país no domingo passado (28) sob críticas da comunidade internacional. Ele afirmou que planeja retornar nesta quinta-feira (2º) para retomar seu cargo.
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O interino Micheletti, que era presidente do Congresso até ser rapidamente empossado para substituir Zelaya, disse que a ordem de captura contra o presidente deposto é consequência dos "crimes" que cometeu por causa de seu "interesse em continuar no governo ou pela atitude prepotente que ele tinha assumido nos últimos meses de governo".
Dario Lopez-Mills/AP |
Apoiadores de Zelaya sentam em carro policial após protestos em Tegucigalpa, em Honduras |
Zelaya foi derrubado do poder em um golpe orquestrado pela Justiça e o Congresso e executado por um grupo de militares que o expulsaram para a Costa Rica.
O golpe foi realizado horas antes de o país iniciar uma consulta pública sobre um referendo para reformar a Constituição. O presidente deposto queria incluir o referendo sobre a convocação da Assembleia Constituinte --que, segundo críticos, era uma forma de Zelaya instaurar a reeleição presidencial no país-- nas eleições gerais de 29 de novembro. A proposta, contudo, foi rejeitada pelo Congresso.
Os parlamentares afirmaram que a deposição de Zelaya foi aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei e desrespeito a ordens e decisões das instituições". O presidente deposto defendeu-se dizendo ser vítima de "um complô de uma elite voraz, uma elite que só quer manter o país isolado, em um nível extremo de pobreza".
Em entrevista de Tegucigalpa à emissora colombiana Caracol Radio, Micheletti afirmou ainda que a ordem de captura de Zelaya foi ordenada pelo Congresso.
Cidadão comum
Mario López/Efe |
Presidente cubano, Raúl Castro (esq.), cumprimenta Manuel Zelaya em reunião |
Já o novo Ministro de Relações Exteriores de Honduras, Enrique Ortez Colindres, afirmou que Zelaya pode retornar ao país, desde que seja como um "cidadão comum" e não como presidente.
"Zelaya não está proibido de entrar em Honduras", disse Colindres, acrescentando que o presidente deposto teria que obter permissão do Ministério de Relações Exteriores e "não seria considerado presidente e sim um cidadão comum".
Colindres não deu mais detalhes sobre o motivo de Zelaya ter que obter a permissão do ministério, já que ele é cidadão hondurenho. Ele disse, contudo, estar ansioso pela reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) para que eles percebam "que este é um governo que respeita todas as leis e a única coisa que fez foi remover um presidente por sistematicamente violar a constituição."
Micheletti afirmou que Colindres foi escalado para viajar aos países da região para explicar as razões da expulsão de Zelaya. "Nomeamos o chanceler para que vá a todos os países amigos para ver a possibilidade que temos de dialogar, porque foi ouvida uma versão, não se escutou a parte que motivou a saída do presidente Zelaya", afirmou.
Protestos
O presidente interino, que decretou toque de recolher assim que foi empossado, afirmou ainda que seu governo está preocupado pelo fato de que alguns países, que não mencionou, estão apoiando atividades de vandalismo nas ruas de Tegucigalpa.
"Todo o mundo entende que há uma participação muito ativa de gente que não é do país, está tentando colaborar nos atos de vandalismo de alguns grupos", ressaltou.
As manifestações em favor de Zelaya acabaram em conflitos com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e jatos de água para expulsar os manifestantes da sede da Presidência.
Micheletti afirmou ainda que alguns funcionários do governo Zelaya estão usando dinheiro público para pagar o transporte de algumas pessoas das zonas rurais para que cheguem à capital e participem de protestos --o apoio de Zelaya, que se aproximou da população rural, é maior no interior que na capital de Honduras.
O presidente interino afirmou ainda que analisará com a polícia e as Forças Armadas a necessidade de manter ou suspender o toque de recolher decretado no domingo, com a intenção de "evitar que, à noite, pudesse haver algumas atividades de parte destes grupos".
O novo governante especificou que não se apresentará como candidato nas eleições gerais de 29 de novembro e que entregará o poder ao ganhador em 27 de janeiro de 2010.
Retorno
Zelaya anunciou nesta segunda-feira que voltará, com apoio da comunidade internacional, a Tegucigalpa. Ele deve retornar na próxima quinta-feira (2º), após visitar os Estados Unidos, onde discursará na ONU (Organização das Nações Unidas).
"Vou como presidente eleito, para terminar meu mandato de quatro anos", disse Zelaya durante sua intervenção na reunião do Grupo do Rio, em Manágua.
"Vou regressar por vontade própria e sob a proteção do Sangue de Cristo, por Deus e por meu povo", disse Zelaya ao afirmar que aceitou a oferta do secretário da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, de acompanhá-lo na viagem.
Zelaya revelou ainda que convidará presidentes de países amigos para também viajar com ele.
Com agências internacionais
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Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
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Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
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