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Leia principais trechos do discurso de Obama a alunos em Moscou
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colaboração para a Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou nesta terça-feira para estudantes universitários da Nova Escola de Economia de Moscou.
Leia alguns dos principais trechos do discurso
Passado da Rússia
"Eu falo hoje a vocês com um profundo respeito pela herança da Rússia. Os escritores russos nos ajudaram a entender a complexidade da experiência humana e reconheceram verdades eternas. De fato, a herança russa tocou todos os cantos do mundo e falou à humanidade que nós dividimos. Isto inclui meu próprio país, que foi abençoado com imigrantes russos. Por décadas nós fomos enriquecidos pela cultura russa e reforçados pela sua cooperação".
Futuro da Rússia
"Para começar, deixe-me ser claro: os Estados Unidos querem uma Rússia forte, pacífica e próspera. Como o presidente John Kennedy disse, "nenhuma nação na história da guerra sofreu mais que a União Soviética na Segunda Guerra Mundial." Então, enquanto nós honramos este passado, nós também reconhecemos o futuro beneficio que virá de uma Rússia forte e vibrante."
Proliferação de armas nucleares
"No curto período desde o fim da Guerra Fria, nós já vimos Índia, Paquistão e Coreia do Norte conduzir testes nucleares. Sem uma mudança fundamental, alguém de nós realmente acreditará que as próximas duas décadas não trarão mais proliferação das armas nucleares? E por isso que os EUA estão comprometidos com o fim da proliferação nuclear, e como meta final buscamos um mundo sem armas nucleares. Embora eu saiba que esse objetivo não será atingido em breve, sua busca proverá a fundação moral e legal para impedir o aumento e o eventual uso de armas nucleares".
Poder de uma nação
"Em 2009, uma grande potência não mostra força dominando ou demonizando outros países. Os dias em que os impérios podiam ameaçar a soberania das nações como peças em um tabuleiro de xadrez acabaram. Devido a nossa interdependência, qualquer ordem mundial que tentar elevar uma nação ou grupo de pessoas sobre as outras, irá inevitavelmente falhar. A busca pelo poder não é mais um jogo de somar, o progresso deve ser dividido. É por isso que eu busquei pelo "recomeço" nas relações entre EUA e Rússia; e eu tive excelentes discussões com o presidente e o primeiro-ministro russo. Mas este deve ser um esforço sustentado pelos russos e norte-americanos para identificar interesses mútuos e expandir o diálogo e cooperação para que nós possamos pavimentar o caminho para o progresso".
Oposição da Rússia ao escudo antimíssil dos EUA
"Eu sei que a Rússia se opõe a configuração planejada para o escudo antimíssil defensivo da Europa. A minha administração está revendo estes planos para aumentar a segurança dos EUA, Europa e do mundo. Eu deixei claro que este sistema serve para prevenir um ataque do Irã e não tem nada a ver com a Rússia. De fato, eu quero que nós trabalhemos juntos com a Rússia em um projeto de defesa contra mísseis que nos deixará todos seguros. Mas se a ameaça de um Irã nuclear e de seu programa de mísseis balísticos for eliminada, a força principal para o escudo antimíssil na Europa será eliminada e isso é de nosso mútuo interesse".
Violência de extremistas
"Além de assegurar as armas mais perigosas do mundo, uma segunda área onde os EUA têm um interesse crítico é na de isolar e derrotar a violência de extremistas. Por anos, Al Qaeda e seus afiliados perverteram uma grande religião de paz e justiça e mataram cruelmente homens, mulheres e crianças de todas as nacionalidades e destinos. De fato, acima de todos, ele assassinaram muçulmanos. Estes extremistas mataram em Amman e Bali; Islamabad e Cabul; e eles tem sangue de norte-americanos e russos em suas mãos. E eles estão planejando matar mais dos nossos e se beneficiam com santuários na fronteira entre o Paquistão e Afeganistão".
Crise mundial
"Eu acredito que o mercado livre é a maior força para criar e distribuir riqueza que o mundo já conheceu. Mas onde o mercado não tem controle haverá perigo, seja no Mississipi ou no Volga. Nos EUA, nós estamos dando passos para reativar nossa economia e reformar nosso sistema regulatório. Mas assim como nenhuma nação pode se proteger de uma crise global, nenhuma nação também poder servir como locomotiva para o crescimento global.
E enquanto a crise nos mostrou o risco que vem com a mudança, este risco é superado pela suas oportunidades. Pensem no que é possível hoje, que era impensável há duas décadas".
Democracia
"Liberdade de expressão e de reunião permitiu a mulheres, minorias e trabalhadores protestar por direitos iguais nos tempos quando lhes era negado à justiça. A mídia independente expôs a corrupção em todos os níveis de governo. Eleições competitivas nos permitiram mudar o rumo e responsabilizar nossos líderes. Se a nossa democracia não tivesse estes direitos, então eu, como uma pessoa com ancestrais africanos, não poderia lhes dirigir a palavra como um cidadão dos EUA, muito menos como Presidente. Na época da fundação do meu país, pessoas como eu não tinham direitos, mas por causa do processo democrático eu posso discursar na frente de vocês como Presidente dos EUA.
A história nos mostrou que o governo que serve ao seu povo sobrevive e prospera; governos que servem apenas a si próprio, não".
Crise em Honduras
"Os EUA não podem e não devem impor nenhum sistema de governo aos outros, nem nós podemos escolher um partido ou indivíduo para governar um país. Nós apoiamos a restauração do presidente eleito democraticamente em Honduras, apesar de ele se opor fortemente as políticas norte-americanas. E nós fazemos isso, não porque concordamos com ele. Fazemos isso porque nós respeitamos o principio universal que as pessoas devem escolher seus próprios líderes, sejam líderes que nós concordemos ou não".
Ajuda russa no Afeganistão
"Nós não procuramos bases militares, nem queremos controlar nações. Ao invés disso, nós queremos trabalhar com os parceiros internacionais, incluindo a Rússia, para ajudar afegãos e paquistaneses a melhorar a sua segurança e prosperidade. E por isso eu estou satisfeito que a Rússia concordou em permitir que suprimentos das forças de colisão passem por seu território. Nem os EUA ou a Rússia tem o interesse no Afeganistão e Paquistão governado pelo Taliban. Está na hora de trabalhar juntos em nome de um futuro diferente. Um futuro em que nós deixemos para trás o "grande jogo" do passado e os conflitos do presente; um futuro em que nós todos contribuiremos para a segurança da Ásia Central".
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