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14/07/2009 - 08h46

Governo golpista de Honduras recruta dupla ligada aos Clinton

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FABIANO MAISONNAVE
enviado especial da Folha de S. Paulo a Tegucigalpa (Honduras)

Em busca de reconhecimento internacional e sobretudo de Washington, o presidente interino, Roberto Micheletti, tem contado com a ajuda de assessores americanos próximos ao Partido Democrata tanto para melhorar a imagem do seu governo como nas negociações intermediadas pela Costa Rica.

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Reportagem publicada ontem pelo jornal "New York Times" revela que Micheletti tem sido assessorado por Bennet Ratcliff, consultor ligado ao governo Bill Clinton (1993-2001), e por Lanny J. Davis, que trabalhou como advogado pessoal do ex-presidente americano e participou da campanha da ex-pré-candidata à Casa Branca e atual secretária de Estado, Hillary Clinton, no ano passado.

Ratcliff integrou a comitiva de Micheletti à Costa Rica, quando houve dois dias de reuniões com representantes do presidente deposto, Manuel Zelaya, intermediadas pelo presidente Óscar Arias, Prêmio Nobel da Paz de 1987.

Segundo a Folha apurou, Ratcliff foi contratado pela União Cívica Democrática (UCD), organização guarda-chuva formada por empresários e políticos que vem atuando para melhorar a imagem de Micheletti no exterior.

É a UCD quem tem organizado e financiado as "marchas pela paz", como são conhecidas as grandes concentrações de apoio a Micheletti em que os simpatizantes são convocados a se vestir de branco.

Um dos principais líderes da UCD é o empresário Juan Ferrera. Em entrevista por telefone, ele se negou a comentar a natureza da assessoria de Ratcliff, mas afirmou que o grande desafio agora é conseguir apoio internacional para dar legitimidade às eleições presidenciais de 29 de novembro.

Assim como Micheletti, Ferrera defende que o retorno de Zelaya a Honduras é inviável. "Nas atuais circunstâncias, seu retorno não ajudaria o país."

Segundo o coordenador da UCD, um bom relacionamento com os EUA é fundamental para a viabilidade de Honduras.

"Os EUA são o sócio comercial mais importante de Honduras, mantêm uma importante cooperação. Além disso, há 1 milhão de hondurenhos morando lá. É uma realidade que nenhum outro país oferece, não vejo como Hugo Chávez pode substituir isso", afirmou.

De acordo com reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (Unah), Julieta Castellanos, a grande dificuldade de Micheletti nos EUA é a de que classe política hondurenha tem historicamente fortes ligações com os governos republicanos.

"Embora não de forma oficial, o governo Micheletti tem conseguido, por meio dos aliados republicanos, criar o temor nos EUA da aliança Zelaya-Chávez", afirma Castellanos. "O que a direita aqui quer é maior ingerência americana em Honduras contra Chávez."

Negociações

Em entrevista coletiva ontem de manhã, Micheletti disse que as negociações na Costa Rica poderiam ser retomadas neste sábado.

Na Nicarágua, Zelaya disse que, se não houver acordo para que seja reconduzido ao cargo nesta semana, ele considerará as negociações encerradas. "Estamos dando um ultimato ao regime golpista, de que no próximo encontro nesta semana em San José, Costa Rica, eles devem obedecer às resoluções [da OEA e da ONU, que exigem que ele seja reempossado]. Do contrário, essa mediação será considerada fracassada."

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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