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17/07/2003 - 19h11

Blair defende motivos que levaram à Guerra do Iraque

da Folha Online

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, defendeu hoje a ação militar liderada por Reino Unido e EUA contra o regime do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein em discurso no Congresso americano. Blair e o presidente americano, George W. Bush, têm sido alvo de intensas críticas em razão da insegurança enfrentada pelas tropas da coalizão no Iraque e de informações falsas de inteligência sobre as supostas armas de destruição de massa de Saddam.

Blair afirmou ter certeza de que a Guerra do Iraque foi justificada e que a história deve perdoá-los se as alegações sobre armas proibidas estiverem erradas.

Reuters - 24.02.2003
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido
''Creio profundamente e com todas minhas convicções que tivemos razão, e que se não tivéssemos agido ou se tivéssemos duvidado desta ameaça em vez de dar o exemplo, a história não nos teria perdoado'', declarou Blair.

Blair foi ovacionado ao entrar na Câmara dos Representantes dos EUA por parlamentares e autoridades do governo Bush. O premiê agradeceu aos presentes classificando os aplausos como uma ''recepção calorosa e generosa que é mais do que eu mereço e mais do que eu estou costumado, francamente'', referindo-se à oposição que tem enfrentado no Parlamento Britânico.

''Podemos dizer que o terrorismo e as armas de destruição em massa se unirão? Deixem-nos dizer uma coisa: se estivermos errados, nós teremos destruído uma ameaça que é, pelo menos, responsável por uma matança desumana e por sofrimento'', declarou ele.

''Nós prometemos um governo democrático no Iraque. Nós vamos proporcionar isso'', disse ele.

Não temos que deixar o Iraque ''antes que o trabalho esteja terminado'', acrescentou, fazendo um apelo ao comprometimento com uma longa estada no país. ''O fim dos combates não significa que o trabalho esteja terminado'', frisou Blair.

Oriente Médio

A queda do governo de Saddam Hussein no Iraque deveria ser ''o ponto de partida para uma nova organização do Oriente Médio'', destacou ele.

Segundo ele, não se poderá alcançar uma vitória total contra o terrorismo sem que se consiga a paz entre israelenses e palestinos. ''Quero dizer claramente. O terrorismo não será derrotado enquanto a paz não for estabelecida no Oriente Médio'' entre Israel e os palestinos, declarou.

''É lá que o veneno [do terrorismo] fica incubado'', acrescentou.

Blair também pediu a Washington que não seja autoritário com os europeus e que ofereça uma parceria ''baseada na persuasão, não no comando''.

''Toda grande aliança começa pelos Estados Unidos e Europa. Quando Europa e Estados Unidos estão juntos, os demais trabalham com eles'', declarou o primeiro-ministro britânico ante o Congresso americano.

Blair também fez um apelo a uma reforma do Conselho de Segurança da ONU. Deve ser posto em marcha ''um novo regime internacional sobre a não proliferação de armas de destruição em massa'', opinou.

Críticas

Enquanto Blair continua enfrentando questões sobre as armas de destruição em massa, Bush é duramente criticado pelos democratas por causa das mortes quase diárias de soldados dos EUA em ataques guerrilheiros no Iraque e por sua acusação não comprovada de que Saddam tentou comprar urânio na África.

Até agora, Bush parece estar em posição política doméstica mais forte que Blair. Suas taxas de aprovação ainda estão acima dos 50%, mas abaixo dos 60% que tinha recentemente.

Especialistas em pesquisas creditam o declínio ao constante número de mortes norte-americanas no Iraque.

Bush também enfrenta críticas por seu discurso do Estado da União, em janeiro, quando afirmou que o Iraque teria tentado obter urânio na África --detalhe que intensificou o argumento americano de que Saddam queria armas nucleares.

Bush foi forçado a distanciar-se do comentário e culpou a CIA (agência de inteligência dos EUA), mas Blair reafirmou hoje que mantém a acusação.

Segundo o primeiro-ministro britânico, o polêmico dossiê que revelou as acusações e afirmou que o Iraque poderia usar armas químicas e biológicas 45 minutos após uma ordem está correto.

''Não aceito de maneira alguma que as pessoas foram enganadas. Mantenho inteiramente o que estava no dossiê'', disse Blair. ''Acredito que fizemos a coisa certa.''

Os EUA também insistem que serão encontradas armas químicas e biológicas no Iraque.

Com agências internacionais

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