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18/07/2003
-
12h06
O Ministério da Defesa britânico realizará uma investigação judicial independente caso se confirme que o cadáver encontrado hoje no oeste de Londres é o do cientista David Kelly, 59, especialista em armas apontado pelo governo do Reino Unido como possível fonte de uma reportagem da BBC sobre o dossiê contra o Iraque.
O porta-voz do primeiro-ministro, Tony Blair, disse a bordo do avião que levava o premiê a Tóquio (Japão) que, se o corpo encontrado hoje for o de Kelly, a intenção do Ministério de Defesa é realizar uma investigação judicial independente sobre as circunstâncias de sua morte.
A polícia britânica vai dizer amanhã se o corpo de um homem encontrado hoje em Londres é de Kelly, apontado pelo Ministério da Defesa como possível fonte de uma reportagem da BBC sobre o dossiê contra o Iraque.
Segundo um porta-voz da polícia, a descrição do corpo encontrado combina com a de Kelly, e suas roupas são idênticas às do assessor, mas o cadáver ainda não foi identificado formalmente.
O caso está sendo identificado como uma "morte não explicada" , segundo o superintendente David Purnell, da polícia de Thames Valley, Londres. Purnell disse que aguarda o resultado da autópsia, previsto para amanhã.
O cadáver foi encontrado a cerca de 8 km da residência de Kelly, disse a polícia. A família de Kelly comunicou o seu desaparecimento na noite de ontem. Segundo a BBC, ele teria dito a sua mulher que iria caminhar e não voltou mais.
O fato deverá representar uma "crise governamental de grande dimensão", afirmou Adam Boulton, especialista em temas políticos da rede Sky News, que acompanha Blair em sua viagem à Ásia.
Kelly foi inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque nos anos 90 e era conselheiro do Ministério da Defesa britânico.
Acusações
Kelly era funcionário do Ministério da Defesa e trabalhou como inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, investigando a presença de armas de destruição em massa naquele país.
Ele foi chamado a depor no Parlamento depois que admitiu ter tido uma conversa com o repórter Andew Gilligan, da BBC, que em maio revelou que o governo "exagerou" as acusações a respeito do Iraque para justificar a guerra.
A suspeita levou à criação de uma investigação parlamentar que colocou Blair na defensiva e provocou uma acirrada polêmica entre o governo e a emissora pública.
O desconforto de Kelly era evidente durante seu depoimento à Comissão de Assuntos Externos do Parlamento. Falando tão baixo que mal podia ser ouvido, ele admitiu que conversou com o repórter Gilligan, mas negou ter dito a ele que o governo estava manipulando as informações sobre o Iraque.
Kelly ficou evidentemente contrariado quando parlamentares presentes à sessão se referiram a ele como um "bode expiatório", que teria sido escalado pelo governo para levar a culpa pelo escândalo.
O governo queria provar que Kelly foi a única fonte de informação de Gilligan e que a diferença entre ambas as versões comprovaria que a reportagem da BBC estava errada.
A mulher de Kelly, Jane, disse que ele ficou profundamente abatido pelo depoimento, segundo um amigo da família, Tom Mangold, em declarações ao canal ITV News. "Ela me disse que ele estava sob um estresse considerável, que ele estava muitíssimo irritado com o que aconteceu na comissão", afirmou.
Com agências internacionais
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Entenda a polêmica entre BBC e governo Blair
Polícia confirma amanhã se corpo achado é de assessor de Blair
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Londres promete investigar morte de cientista ligado a escândalo
da Folha OnlineO Ministério da Defesa britânico realizará uma investigação judicial independente caso se confirme que o cadáver encontrado hoje no oeste de Londres é o do cientista David Kelly, 59, especialista em armas apontado pelo governo do Reino Unido como possível fonte de uma reportagem da BBC sobre o dossiê contra o Iraque.
O porta-voz do primeiro-ministro, Tony Blair, disse a bordo do avião que levava o premiê a Tóquio (Japão) que, se o corpo encontrado hoje for o de Kelly, a intenção do Ministério de Defesa é realizar uma investigação judicial independente sobre as circunstâncias de sua morte.
Reuters |
O cientista David Kelly, assessor do governo britânico |
Segundo um porta-voz da polícia, a descrição do corpo encontrado combina com a de Kelly, e suas roupas são idênticas às do assessor, mas o cadáver ainda não foi identificado formalmente.
O caso está sendo identificado como uma "morte não explicada" , segundo o superintendente David Purnell, da polícia de Thames Valley, Londres. Purnell disse que aguarda o resultado da autópsia, previsto para amanhã.
O cadáver foi encontrado a cerca de 8 km da residência de Kelly, disse a polícia. A família de Kelly comunicou o seu desaparecimento na noite de ontem. Segundo a BBC, ele teria dito a sua mulher que iria caminhar e não voltou mais.
O fato deverá representar uma "crise governamental de grande dimensão", afirmou Adam Boulton, especialista em temas políticos da rede Sky News, que acompanha Blair em sua viagem à Ásia.
Kelly foi inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque nos anos 90 e era conselheiro do Ministério da Defesa britânico.
Acusações
Kelly era funcionário do Ministério da Defesa e trabalhou como inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, investigando a presença de armas de destruição em massa naquele país.
Ele foi chamado a depor no Parlamento depois que admitiu ter tido uma conversa com o repórter Andew Gilligan, da BBC, que em maio revelou que o governo "exagerou" as acusações a respeito do Iraque para justificar a guerra.
A suspeita levou à criação de uma investigação parlamentar que colocou Blair na defensiva e provocou uma acirrada polêmica entre o governo e a emissora pública.
O desconforto de Kelly era evidente durante seu depoimento à Comissão de Assuntos Externos do Parlamento. Falando tão baixo que mal podia ser ouvido, ele admitiu que conversou com o repórter Gilligan, mas negou ter dito a ele que o governo estava manipulando as informações sobre o Iraque.
Kelly ficou evidentemente contrariado quando parlamentares presentes à sessão se referiram a ele como um "bode expiatório", que teria sido escalado pelo governo para levar a culpa pelo escândalo.
O governo queria provar que Kelly foi a única fonte de informação de Gilligan e que a diferença entre ambas as versões comprovaria que a reportagem da BBC estava errada.
A mulher de Kelly, Jane, disse que ele ficou profundamente abatido pelo depoimento, segundo um amigo da família, Tom Mangold, em declarações ao canal ITV News. "Ela me disse que ele estava sob um estresse considerável, que ele estava muitíssimo irritado com o que aconteceu na comissão", afirmou.
Com agências internacionais
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