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19/07/2003
-
10h38
O especialista do governo britânico em armas biológicas David Kelly, 59, aparentemente se matou cortando seu pulso esquerdo, afirmou hoje a polícia britânica, em um caso que provocou uma crise no governo do Reino Unido sobre o uso de informações duvidosas para justificar a Guerra do Iraque.
A polícia disse ter achado uma faca e analgésicos perto do corpo de Kelly, encontrado ontem perto de Harrowdown Hill, 70 km a oeste de Londres.
"A causa da morte foi hemorragia provocada por um corte no pulso esquerdo. O corte é profundo e foi causado por objeto cortante", disse David Purnell, porta-voz da polícia de Thames Valley.
"Achamos uma faca e um pacote aberto de comprimidos Coproxamol no local", afirmou Purnell. "Enquanto nossas investigações continuarem, não há indício nesse momento da participação de nenhuma outra pessoa [na morte de Kelly]."
Purnell não descreveu a morte como suicídio, mas declarou que a polícia não estava procurando por outros suspeitos. Ele não deu detalhes sobre a faca.
O analgésico Coproxamol é um dos remédios mais usados em tentativas de suicídio por overdose na Inglaterra.
A polícia tinha dito ontem que a descrição do cadáver encontrado no meio do mato combinava com a de Kelly, respeitado especialista em armas de destruição em massa e conselheiro do Ministério da Defesa britânico.
Kelly foi apontado pelo ministério como a possível fonte da reportagem da rede BBC que levantou suspeitas de que o governo teria dado uma dimensão exagerada a informações dos serviços de inteligência incluídas num dossiê sobre armas do Iraque.
A mulher de Kelly disse que ele sentiu uma pressão enorme quando foi chamado para prestar depoimento em um comitê no Parlamento, em que negou que seria a fonte que o governo estaria tentando encontrar.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em visita ao Japão, se recusou hoje a informar se renunciará devido à morte de Kelly.
Questionado durante uma entrevista à imprensa ao lado do premiê japonês, Junichiro Koizumi, se tinha "sangue nas mãos" e se pensava em renunciar, Blair limitou-se a olhar fixamente para a frente e não respondeu.
Anteriormente, Blair disse que uma "investigação independente permitirá estabelecer as circunstâncias exatas deste caso".
Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, que investiga as condições em que o Reino Unido entrou na guerra contra o Iraque, na terça-feira (15), Kelly, ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque entre 1991 e 1998, negou ser a fonte da reportagem da BBC que acusou o diretor de comunicação de Blair de adicionar informações duvidosas em um dossiê contra o Iraque publicado em setembro.
A mulher de Kelly teria dito que ele estava estressado e "muito, muito triste" de estar envolvido em uma polêmica.
Janice Kelly comunicou o desaparecimento do marido na noite de quinta-feira (17). Ele teria dito a ela que iria caminhar e não voltou mais. O corpo foi encontrado ontem de manhã no meio do mato a 8 km de sua casa, em Southmoor, a sudoeste de Oxford.
Com agências internacionais
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Corte no pulso matou cientista britânico David Kelly, diz polícia
da Folha OnlineO especialista do governo britânico em armas biológicas David Kelly, 59, aparentemente se matou cortando seu pulso esquerdo, afirmou hoje a polícia britânica, em um caso que provocou uma crise no governo do Reino Unido sobre o uso de informações duvidosas para justificar a Guerra do Iraque.
A polícia disse ter achado uma faca e analgésicos perto do corpo de Kelly, encontrado ontem perto de Harrowdown Hill, 70 km a oeste de Londres.
Reuters |
O cientista David Kelly, assessor do governo britânico |
"Achamos uma faca e um pacote aberto de comprimidos Coproxamol no local", afirmou Purnell. "Enquanto nossas investigações continuarem, não há indício nesse momento da participação de nenhuma outra pessoa [na morte de Kelly]."
Purnell não descreveu a morte como suicídio, mas declarou que a polícia não estava procurando por outros suspeitos. Ele não deu detalhes sobre a faca.
O analgésico Coproxamol é um dos remédios mais usados em tentativas de suicídio por overdose na Inglaterra.
A polícia tinha dito ontem que a descrição do cadáver encontrado no meio do mato combinava com a de Kelly, respeitado especialista em armas de destruição em massa e conselheiro do Ministério da Defesa britânico.
Kelly foi apontado pelo ministério como a possível fonte da reportagem da rede BBC que levantou suspeitas de que o governo teria dado uma dimensão exagerada a informações dos serviços de inteligência incluídas num dossiê sobre armas do Iraque.
A mulher de Kelly disse que ele sentiu uma pressão enorme quando foi chamado para prestar depoimento em um comitê no Parlamento, em que negou que seria a fonte que o governo estaria tentando encontrar.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em visita ao Japão, se recusou hoje a informar se renunciará devido à morte de Kelly.
Questionado durante uma entrevista à imprensa ao lado do premiê japonês, Junichiro Koizumi, se tinha "sangue nas mãos" e se pensava em renunciar, Blair limitou-se a olhar fixamente para a frente e não respondeu.
Anteriormente, Blair disse que uma "investigação independente permitirá estabelecer as circunstâncias exatas deste caso".
Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, que investiga as condições em que o Reino Unido entrou na guerra contra o Iraque, na terça-feira (15), Kelly, ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque entre 1991 e 1998, negou ser a fonte da reportagem da BBC que acusou o diretor de comunicação de Blair de adicionar informações duvidosas em um dossiê contra o Iraque publicado em setembro.
A mulher de Kelly teria dito que ele estava estressado e "muito, muito triste" de estar envolvido em uma polêmica.
Janice Kelly comunicou o desaparecimento do marido na noite de quinta-feira (17). Ele teria dito a ela que iria caminhar e não voltou mais. O corpo foi encontrado ontem de manhã no meio do mato a 8 km de sua casa, em Southmoor, a sudoeste de Oxford.
Com agências internacionais
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