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19/07/2003 - 09h33

Blair se nega a dizer se renunciará devido ao caso Kelly

da Folha Online

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em visita ao Japão, se recusou hoje a informar se renunciará devido à morte do especialista do governo britânico em armas biológicase David Kelly, em um caso que provocou uma crise no governo do Reino Unido sobre o uso de informações duvidosas para justificar a Guerra do Iraque.

Questionado durante uma entrevista à imprensa ao lado do premiê japonês, Junichiro Koizumi, se tinha "sangue nas mãos" e se pensava em renunciar, Blair limitou-se a olhar fixamente para a frente e não respondeu.

Anteriormente, Blair disse que uma "investigação independente permitirá estabelecer as circunstâncias exatas deste caso".

A polícia tinha dito ontem que a descrição do cadáver encontrado no meio do mato combinava com a de Kelly, respeitado especialista em armas de destruição em massa e conselheiro do Ministério da Defesa britânico.

Kelly foi apontado pelo ministério como a possível fonte da reportagem da rede BBC que levantou suspeitas de que o governo teria dado uma dimensão exagerada a informações dos serviços de inteligência incluídas num dossiê sobre armas do Iraque.

A mulher de Kelly disse que ele sentiu uma pressão enorme quando foi chamado para prestar depoimento em um comitê no Parlamento, em que negou que seria a fonte que o governo estaria tentando encontrar.

Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, que investiga as condições em que o Reino Unido entrou na guerra contra o Iraque, na terça-feira (15), Kelly, ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque entre 1991 e 1998, negou ser a fonte da reportagem da BBC que acusou o diretor de comunicação de Blair de adicionar informações duvidosas em um dossiê contra o Iraque publicado em setembro.

A mulher de Kelly teria dito que ele estava estressado e "muito, muito triste" de estar envolvido em uma polêmica.

Janice Kelly comunicou o desaparecimento do marido na noite de quinta-feira (17). Ele teria dito a ela que iria caminhar e não voltou mais. O corpo foi encontrado ontem de manhã no meio do mato a 8 km de sua casa, em Southmoor, a sudoeste de Oxford.
Com agências internacionais

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