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22/07/2003
-
10h45
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, disse hoje que não se arrepende da Guerra do Iraque, apesar das dúvidas sobre a justificativa para o confronto surgidas após a morte do cientista britânico David Kelly.
Em palestra a estudantes chineses durante viagem à Ásia, Blair disse que não comentaria em detalhes o aparente suicídio de Kelly, que foi encontrado com o pulso cortado na sexta-feira (18) após se tornar o centro da controvérsia sobre a justificativa do governo britânico para a Guerra do Iraque.
Apesar da crise política gerada pela morte de Kelly, Blair afirmou que não se arrepende por ter agido militarmente contra o Iraque.
Lu Yanan, 21, estudante de jornalismo da Universidade Tsinghua, em Pequim, que formou muitos dos dirigentes chineses atuais, perguntou a Blair: "Alguns meios de comunicação britânicos disseram que sua decisão de ir à guerra contra o Iraque era um erro diplomático. É este o momento mais difícil de sua carreira política? Você se arrepende da guerra?".
"Não, eu não me arrependo. Não tenho dúvida alguma de que o Iraque estava tentando desenvolver essas armas [de destruição em massa]. Independentemente das dificuldades, era o que tinha que ser feito. Tomei esta decisão porque pensei que era a correta para meu país e para mundo, e continuo acreditando que era e por isso devo defender minha decisão", afirmou Blair.
Ling Nan, 20, estudante de ciências, questionou: "Diante da tragédia do doutor Kelly, como você pensa em superar a crise e recuperar a confiança do povo?".
"É um momento extremamente triste para a família do doutor Kelly e seu enterro ainda não pôde ser realizado, o que significa que será feita uma verdadeira investigação independente sobre o que aconteceu", respondeu Blair.
Depois da entrevista de mais de uma hora a cerca de 90 estudantes que falam inglês, muitos jovens declararam que não estavam satisfeitos com as respostas do primeiro-ministro britânico, mas acrescentaram que ficaram impressionados com sua eloquência e convicção.
O governo chinês se opôs à guerra lançada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, assim como a maior parte da opinião pública do país.
O fracasso em encontrar armas de destruição em massa no Iraque pós-guerra prejudicou seriamente a popularidade de Blair e a credibilidade do seu governo.
A morte de Kelly, ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), provocou pedidos pela renúncia do primeiro-ministro.
Ministros do governo disseram que Kelly foi a fonte das acusações transmitidas pela BBC de que o governo exagerou no relatório sobre o Iraque para justificar a guerra.
Uma pesquisa da empresa ICM publicada hoje pelo jornal "The Guardian" mostrou que a confiança do público em Blair caiu 12 pontos percentuais no mês passado, e chegou a 39%.
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Blair diz que não se arrepende da Guerra do Iraque
da Folha OnlineO primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, disse hoje que não se arrepende da Guerra do Iraque, apesar das dúvidas sobre a justificativa para o confronto surgidas após a morte do cientista britânico David Kelly.
Em palestra a estudantes chineses durante viagem à Ásia, Blair disse que não comentaria em detalhes o aparente suicídio de Kelly, que foi encontrado com o pulso cortado na sexta-feira (18) após se tornar o centro da controvérsia sobre a justificativa do governo britânico para a Guerra do Iraque.
Reuters - 24.02.2003 |
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido |
Lu Yanan, 21, estudante de jornalismo da Universidade Tsinghua, em Pequim, que formou muitos dos dirigentes chineses atuais, perguntou a Blair: "Alguns meios de comunicação britânicos disseram que sua decisão de ir à guerra contra o Iraque era um erro diplomático. É este o momento mais difícil de sua carreira política? Você se arrepende da guerra?".
"Não, eu não me arrependo. Não tenho dúvida alguma de que o Iraque estava tentando desenvolver essas armas [de destruição em massa]. Independentemente das dificuldades, era o que tinha que ser feito. Tomei esta decisão porque pensei que era a correta para meu país e para mundo, e continuo acreditando que era e por isso devo defender minha decisão", afirmou Blair.
Ling Nan, 20, estudante de ciências, questionou: "Diante da tragédia do doutor Kelly, como você pensa em superar a crise e recuperar a confiança do povo?".
"É um momento extremamente triste para a família do doutor Kelly e seu enterro ainda não pôde ser realizado, o que significa que será feita uma verdadeira investigação independente sobre o que aconteceu", respondeu Blair.
Depois da entrevista de mais de uma hora a cerca de 90 estudantes que falam inglês, muitos jovens declararam que não estavam satisfeitos com as respostas do primeiro-ministro britânico, mas acrescentaram que ficaram impressionados com sua eloquência e convicção.
O governo chinês se opôs à guerra lançada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, assim como a maior parte da opinião pública do país.
O fracasso em encontrar armas de destruição em massa no Iraque pós-guerra prejudicou seriamente a popularidade de Blair e a credibilidade do seu governo.
A morte de Kelly, ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), provocou pedidos pela renúncia do primeiro-ministro.
Ministros do governo disseram que Kelly foi a fonte das acusações transmitidas pela BBC de que o governo exagerou no relatório sobre o Iraque para justificar a guerra.
Uma pesquisa da empresa ICM publicada hoje pelo jornal "The Guardian" mostrou que a confiança do público em Blair caiu 12 pontos percentuais no mês passado, e chegou a 39%.
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