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Tour de Uribe pela região evitou crítica da Unasul a pacto com EUA, dizem analistas
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da Efe, em Bogotá
da Folha Online
O recente tour do presidente colombiano, Álvaro Uribe, pela América do Sul em defesa de seu acordo militar com os Estados Unidos evitou que a cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) condenasse publicamente o pacto que aumenta a presença militar americana no país. Dividido entre o extremismo de Chávez e a moderação de países como Brasil e Argentina,o órgão preferiu adiar o polêmico debate para o fim de agosto, em cúpula extraordinária.
"As explicações que o presidente colombiano deu a muitos países sobre o alcance, o objetivo e a operação do acordo de cooperação com os Estados Unidos revelaram muitas dúvidas e isso se refletiu na falta de consenso para condenar o acordo como era a proposta da Venezuela e do Equador", disse Alfredo Rangel, diretor da Fundação de Segurança e Democracia.
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O governo colombiano, por sua parte, se limitou a classificar como "positiva" a Declaração de Quito que não faz menção ao acordo militar, apesar do tema ter predominado nas discussões do grupo.
Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre militares e civis, em bases na Colômbia, pelos próximos dez anos. Os dois aliados afirmam que o acordo não é novo, mas apenas uma extensão do acordo de combate ao narcotráfico e às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chamado de Plano Colômbia; e argumentam que todas as bases permanecerão sob o controle colombiano.
Na semana passada, Uribe visitou sete países da região, entre eles Argentina e Brasil, para explicar o acordo que negocia com os EUA. A reação, contudo, foi fira na maior parte dos países --que ressaltaram a soberania da Colômbia para definir um acordo do tipo, mas alertaram para os riscos na tensão regional.
As maiores críticas vieram do Equador e da Venezuela, que acusam a medida de representar uma ameaça para a estabilidade regional.
"Ventos da guerra começaram a soprar", afirmou nesta segunda-feira o presidente venezuelano Hugo Chávez, na Cúpula da Unasul.
Chávez e o colega boliviano, Evo Morales, queriam que a Unasul incluísse uma condenação à Colômbia pela pacto com os americanos, mas o pedido não encontrou apoio nos países mais moderados.
Rangel, especialista em temas de segurança, afirma que a reunião de ministros de Defesa e Relações Exteriores proposta na declaração para 24 de agosto deve denunciar que há outros países que têm ou negociam acordos militares com nações de fora da região.
"Nessa reunião, os países poderão falar mais amplamente sobre este acordo, mas a Colômbia deve exigir de todas as maneiras reciprocidade, no sentido de que se fale do seu acordo com os EUA, mas também dos acordos de outros países com terceiros de fora do continente, para que haja mais equilíbrio" afirmou.
Rangel cita como exemplo os pactos que há entre Venezuela e Rússia e o Brasil e a França.
O candidato presidencial independente da Colômbia, Sergio Fajardo, criticou o tratamento dado ao tema pelo governo Uribe, mas ressaltou os benefícios de sua viagem pela região.
Fajardo afirmou a emissoras colombianas que a viagem poderia ser evitada se, desde o princípio, Uribe tivesse deixado claro o que exatamente negociava com os EUA. Ele criticou o que chamou de "sucessão de erros" de Uribe.
O especialista em Relações Exteriores, Vicente Torrijos, afirmou que a falta de um consenso entre os países da Unasul é "um grande revés" para os países da aliança bolivariana e, em particular, para Chávez. Torrijos afirmou ainda que o adiamento do debate do tema não é necessariamente uma vitória de Uribe.
"O equilíbrio foi restabelecido, a polarização foi evitada", disse Torrijos, professor da Universidade de Rosario, acrescentando que, em seu tour por sete países Uribe ganhou "tempo de manobra quando tudo parecia completamente perdido".
"Uribe lançou o salva-vidas nas águas turbulentas e assim o governo colombiano consegue sobreviver. Mas, no fundo, as correntes seguem fortes como antes", completou.
O que Uribe conseguiu, afirma o professor, é mostrar quão necessário é o acordo com os Estados Unidos para a Colômbia "porque há países na região que promovem o terrorismo contra o qual os colombianos lutam."
Encontro
Apesar do acordo militar ter sido foco central de boa parte das discussões da cúpula, a Declaração de Quito, assinada nesta segunda-feira pelos presidentes e representantes dos doze países da Unasul, apenas adia a discussão para uma nova reunião, em 24 de agosto, com ministros de Relações Exteriores e da Defesa dos países.
Um porta-voz da Chancelaria colombiana, contudo, afirmou à agência de notícias Efe que "não considera oportuno" que o país participe da reunião pelas mesmas razões que o presidente colombiano, Alvaro Uribe, ficou de fora da cúpula da Unasul.
Colômbia e Equador romperam relações diplomáticas em março de 2008, depois de forças colombianas invadirem o país vizinho para aniquilar um acampamento e um líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O texto da Unasul estuda ainda a possibilidade de uma cúpula extraordinária em Buenos Aires, na Argentina. A cúpula incluiria um convite enviado ao presidente Uribe, que, segundo o porta-voz da Chancelaria, participaria do encontro.
"Seria bom tratar de outros temas como o armamentismo, o tráfico ilegal de armas e o terrorismo", afirmou.
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