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12/08/2003
-
11h07
O jornalista da BBC Andrew Gilligan, testemunha do segundo dia de audições para esclarecer as circunstâncias da morte do cientista britânico David Kelly, confirmou hoje as afirmações do cientista relativas ao "dossiê exagerado" sobre o Iraque.
O jornalista leu, perante o juiz Brian Hutton, algumas notas que tomou durante um encontro com Kelly no dia 22 de maio, ou seja, uma semana antes da difusão da controversa reportagem pela Rádio BBC.
Kelly, especialista em programas de armamento iraquianos, afirmou que o "dossiê" do governo sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque, divulgado em setembro, foi "transformado" para parecer "mais sexy" aos olhos da opinião pública, afirmou Gilligan.
O "dossiê" dizia, por exemplo, que o Iraque seria capaz preparar em 45 minutos armas de destruição em massa para um ataque.
Gilligan afirmou hoje ter obtido de Kelly a garantia de que, contrariamente a outras informações constantes do "dossiê" esta referência "tinha uma única fonte", não sendo portanto considerada inteiramente confiável.
Governo Blair
O depoimento de Gilligandeu início à segunda etapa da investigação sobre a morte de Kelly. A reputação do primeiro-ministro, Tony Blair, depende dessa investigação.
Em sua matéria, Gilligan citou uma autoridade, sem identificá-la. Segundo revelações posteriores, tratava-se de David Kelly.
Em um artigo publicado em um jornal, Gilligan disse que o encarregado da comunicação de Blair, Alastair Campbell, era o principal responsável da ordem transmitida aos funcionários da inteligência para manipular o informe para que a guerra contra o Iraque parecesse mais necessária.
As informações publicadas foram desmentidas pelo governo e desencadearam um forte desentendimento entre a BBC e os ministros.
Kelly foi encontrado com o pulso cortado perto de sua casa em Oxfordshire (sul da Inglaterra), no dia 18 de julho. Sua morte aconteceu depois que foi identificado pelo governo como um provável "espião" e teve que enfrentar um interrogatório hostil em uma audiência parlamentar durante a qual negou ter sido a fonte principal da informação da BBC.
Ontem, a investigação dirigida por Hutton recebeu provas de que alguns membros da equipe de inteligência estavam tão preocupados com o informe de setembro que apresentaram uma queixa formal a seus superiores.
Com agências internacionais
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Leia perfil do cientista britânico David Kelly
Entenda a polêmica entre BBC e governo Blair
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Jornalista da BBC depõe e confirma informações de reportagem
da Folha OnlineO jornalista da BBC Andrew Gilligan, testemunha do segundo dia de audições para esclarecer as circunstâncias da morte do cientista britânico David Kelly, confirmou hoje as afirmações do cientista relativas ao "dossiê exagerado" sobre o Iraque.
O jornalista leu, perante o juiz Brian Hutton, algumas notas que tomou durante um encontro com Kelly no dia 22 de maio, ou seja, uma semana antes da difusão da controversa reportagem pela Rádio BBC.
Kelly, especialista em programas de armamento iraquianos, afirmou que o "dossiê" do governo sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque, divulgado em setembro, foi "transformado" para parecer "mais sexy" aos olhos da opinião pública, afirmou Gilligan.
O "dossiê" dizia, por exemplo, que o Iraque seria capaz preparar em 45 minutos armas de destruição em massa para um ataque.
Gilligan afirmou hoje ter obtido de Kelly a garantia de que, contrariamente a outras informações constantes do "dossiê" esta referência "tinha uma única fonte", não sendo portanto considerada inteiramente confiável.
Governo Blair
O depoimento de Gilligandeu início à segunda etapa da investigação sobre a morte de Kelly. A reputação do primeiro-ministro, Tony Blair, depende dessa investigação.
Em sua matéria, Gilligan citou uma autoridade, sem identificá-la. Segundo revelações posteriores, tratava-se de David Kelly.
Em um artigo publicado em um jornal, Gilligan disse que o encarregado da comunicação de Blair, Alastair Campbell, era o principal responsável da ordem transmitida aos funcionários da inteligência para manipular o informe para que a guerra contra o Iraque parecesse mais necessária.
As informações publicadas foram desmentidas pelo governo e desencadearam um forte desentendimento entre a BBC e os ministros.
Kelly foi encontrado com o pulso cortado perto de sua casa em Oxfordshire (sul da Inglaterra), no dia 18 de julho. Sua morte aconteceu depois que foi identificado pelo governo como um provável "espião" e teve que enfrentar um interrogatório hostil em uma audiência parlamentar durante a qual negou ter sido a fonte principal da informação da BBC.
Ontem, a investigação dirigida por Hutton recebeu provas de que alguns membros da equipe de inteligência estavam tão preocupados com o informe de setembro que apresentaram uma queixa formal a seus superiores.
Com agências internacionais
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