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01/09/2009 - 11h16

Zelaya se reúne com conselho da OEA para pressionar por solução à crise

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da Folha Online

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, retornou nesta segunda-feira a Washington para outra rodada de reuniões com líderes americanos e o conselho da OEA (Organização dos Estados Americanos) na tentativa de manter a pressão por uma solução à crise instaurada no país, quase dois meses depois de sua queda do poder em um golpe de Estado.

A visita de Zelaya a Washington, a quinta desde que foi expulso de Honduras, em 28 de junho, por sua tentativa de realizar referendo para mudança constitucional que permitiria sua reeleição,faz parte de seus esforços para continuar lutando por sua restituição no poder.

Nesta terça-feira, Zelaya vai à sede da OEA, onde terá um encontro privado com o secretário-geral, José Miguel Insulza, e depois, também a portas fechadas, conversará com membros do Conselho Permanente da entidade.

Por fim, já à noite, o presidente deposto hondurenho falará com a imprensa e fará sua avaliação sobre o estado das negociações com o governo do presidente interino em Honduras, Roberto Micheletti, e de suas conversas com Insulza e os representantes dos 33 países-membros da OEA.

Além disso, Zelaya se reunirá na capital americana com organizações da sociedade civil e de direitos humanos e defenderá sua posição em comparecimentos a centros de análise política.

O Departamento de Estado americano também deve organizar um encontro com Zelaya, embora seu porta-voz, Ian Kelly, tenha comunicado que ainda não há uma data para isso e nem um nome com quem o hondurenho conversaria.

O mais provável é que essa reunião, caso ocorra de fato, fique marcada para a quarta-feira ou quinta-feira, disse um funcionário do governo americano.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, ainda está de férias, mas poderia voltar a Washington na quinta-feira, afirmou.

Pressão dos EUA

A visita de Zelaya à capital americana ocorre em um momento no qual o governo dos EUA avalia declarar sua queda como um golpe militar, o que provocaria o corte de milhões de dólares em ajuda humanitária a Honduras.

Um funcionário do Departamento de Estado americano, que falou sob a condição de anonimato, relatou que esse anúncio, que se baseia em um estudo jurídico, pode ser feito entre estas terça-feira e quarta-feira.

Depois do golpe de Estado, os EUA decidiram suspender a ajuda direta ao governo interino de Honduras, cancelar todas as operações dos 600 soldados destacados na base de Soto Cano e condicionar o congelamento de outros tipos de ajuda a um estudo jurídico pedido pelo Congresso.

Segundo uma lei americana, "nenhuma assistência pode ser fornecida a governos de um país se o presidente devidamente eleito dessa nação tiver sido deposto por um decreto ou um golpe militar".

Se Hillary tomar tal decisão, Honduras pararia de receber a ajuda da Millennium Challenge Corporation (MCC), que assinou em 2005 um convênio de cinco anos com Tegucigalpa no valor de US$ 215 milhões. Segundo seu site, a MCC suspendeu qualquer atividade em Honduras que não estivesse em andamento antes de 28 de junho, data da derrubada de Zelaya.

De acordo com essa fonte, até o momento, a MCC desembolsou US$ 80,3 milhões em Honduras sob esse convênio, cujos dois principais objetivos são aumentar a produtividade e as habilidades empresariais de camponeses e reduzir os custos de transporte entre os centros de produção e os mercados nacionais, regionais e globais.

O funcionário do Departamento de Estado reconheceu hoje que os EUA estão à espera dos resultados da última rodada de conversas da delegação de Micheletti com a OEA e admitiu que isso influi na decisão de atrasar o anúncio.

 

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