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22/08/2003 - 20h35

Irã pede explicações a Londres sobre prisão de ex-embaixador

da France Presse, em Londres

O Irã condenou hoje como um ''ato político sob pressão de Israel'' a detenção no Reino Unido de seu ex-embaixador na Argentina, como parte da investigação sobre o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.

Teerã ''pedirá explicações'' a Londres sobre a detenção de Hadi Soleimanpur, informou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hamid Reza Assefi, que negou mais uma vez qualquer envolvimento iraniano no atentado na capital argentina.

Esta detenção, assim como outras 12 ordens de captura emitidas pelo juiz argentino Juan José Galeano, constitui ''um ato com motivações políticas, sob pressão do regime sionista e para satisfazê-lo'', afirmou.

Hadi Soleimanpur foi detido ontem em sua residência de Durham, nordeste da Inglaterra.

O ex-embaixador iraniano permanecerá na prisão até 29 de agosto, quando será ouvido pela Justiça britânica, que deverá se pronunciar, nessa data, sobre o pedido de extradição do ex-diplomata, exigido pela Argentina.

O detetive Keith Richardson, do serviço de extradição da Scotland Yard (polícia britânica), leu ante o tribunal de Bow Street, no centro da capital, o auto de acusação contra o ex-diplomata, suspeito de envolvimento, segundo Buenos Aires, na preparação do atentado.

Embaixador do Irã na Argentina na época do atentado contra a sede da Amia, Hadi Soleimanpur, 47, beneficiava-se no Reino Unido, desde fevereiro de 2002, do estatuto de estudante da Universidade de Durham (nordeste da Inglaterra). Ele sempre negou as acusações.

Segundo Richardson, o ex-embaixador iraniano informou à polícia quando foi detido que estas acusações eram ''falsas''.

Suspeitas

Os iranianos, acusados pelos países ocidentais de terem financiado e armado numerosas organizações clandestinas terroristas com o objetivo de propagar o Islã e lutar contra o ''sionismo'', foram apontados imediatamente como os possíveis instigadores da operação.

Os executores do atentado, policiais da Província de Buenos Aires em maioria, começaram a ser julgados em setembro de 2001.

''Este é um assunto de sumo interesse porque é o primeiro detido na conexão internacional e, a partir dele, podemos avançar nas investigações sobre o atentado'', comentou a advogada Marta Nercellas da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia), em entrevista à imprensa.

O juiz Juan José Galeano pediu no dia 13 de agosto a captura internacional de oito cidadãos iranianos por seu envolvimento no atentado contra a Amia. Entre os envolvidos figurava o ex-embaixador iraniano em Buenos Aires, além de funcionários da embaixada e diplomatas, entre eles: Ahmad Reza Asghari, Hossein Ali Cabrizi, Masoud Amiri, Seyed Yousef Arabi, Ahmad Alamolhoda, Mahmoud Monzavizadeh, Saied Baghban.

A Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) foi destruída no dia 18 de março de 1994 com um carro-bomba. A comunidade judaica local, de 300 mil membros, atribui o atentado a terroristas pró-iranianos, apoiados por agentes locais.
 

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