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22/08/2003 - 21h42

Marcha em Washington lembra os 40 anos de discurso de Luther King

da France Presse, em Washington

O 40º aniversário do célebre discurso ''Eu tenho um sonho'' de Martin Luther King, o defensor negro dos direitos civis nos Estados Unidos, assassinado em abril de 1968 por um branco, será comemorado amanhã com uma marcha no centro de Washington.

Segundo os organizadores, representantes de cem associações, milhares de pessoas deverão vir de todo o país para evocar as palavras vibrantes que o pastor negro pronunciou no dia 28 agosto de 1963 perante 250 mil pessoas.

''Eu tenho um sonho de que um dia, nas colinas de terra vermelha da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos proprietários de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade'', afirmou um ano antes de ser distinguido com o Prêmio Nobel da Paz.

A manifestação, como em 1963, se realizará aos pés do Lincoln Memorial. Será a terceira comemoração deste aniversário após as de 1983 e de 1993.

Mas desta vez, a geração ''rap'' deve se juntar à velha guarda dos defensores dos direitos do homem, às múltiplas associações religiosas, aos homossexuais, líderes políticos, prefeitos negros.

''É maravilhoso ver a geração dos contestadores dos anos 60 e 70 ao lado da geração 'hip hop' se engajar no processo de mudança na América'', disse recentemente à imprensa o filho do líder negro assassinado, Martin Luther King 3º, que participará da marcha com sua mãe, Coretta Scott King.

Campanha

Os organizadores da marcha assinalaram que será ocasião de lançar uma grande campanha de mobilização da população negra diante da aproximação da abertura da campanha pela presidencial de novembro 2004.

''Nosso objetivo é dar a Martin Luther King um presente de aniversário em 15 janeiro 2004 da parte daqueles que seguem sua lição'', explicou Walter Fauntroy, que organizou a manifestação de 1963 e as que se seguiram.

Este ''presente'', segundo este ex-parlamentar democrata, resultará do registro nas listas eleitorais de 15 milhões de novos eleitores, o que ele espera farão pender a balança a favor da comunidade negra que ''MLK Jr'' chamava The Beloved Community (A comunidade bem-amada) e que conta hoje em dia com cerca de 30 milhões de pessoas (12% da população).

A mensagem, em forma de ameaça velada do reverendo Walter Fauntroy, 70, vai se dirigir em primeiro lugar aos candidatos dos dois grandes partidos em disputa, democrata e republicano.

Em 2 novembro de 2004, as cédulas com os nomes destes candidatos ''não serão introduzidas nas urnas se não tiverem prometido pôr um termo no reino do direito radical branco'', assegura Walter Fauntroy, dando como exemplos o Patriot Act, as leis antiterroristas adotadas pelo congresso após o atentado de 11 setembro 2001 e que são consideradas pelas associações de defesa dos direitos civis como perigosas pelas minorias.

Temem além do mais que a direita conservadora branca atropele a decisão tomada no final de junho pela corte suprema de facilitar o acesso dos negros às universidades.

Também estão na pauta: a aplicação da pena de morte, frequentemente para os negros, a pobreza e as desigualdades sociais.

Para o reverendo Fauntroy, ''a política americana precisa mudar''.
 

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