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26/08/2003 - 22h18

Traficante colombiano é condenado a 30 anos de prisão nos EUA

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da France Presse, em Miami

Um tribunal de Miami determinou hoje uma pena de 30 anos de prisão para o colombiano Fabio Ochoa, depois que um júri o condenou, em maio passado, por ter sido um dos grandes fornecedores de cocaína para o mercado americano nos anos 90.

Ochoa, 46, sentado imóvel e com os olhos fechados, ouviu a sentença proferida pelo juiz Michael Moore, que o condenou a 365 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de US$ 25 mil.

Moore disse que a sentença foi baseada no ''enorme'' envolvimento do réu com a organização criminosa que introduzia cerca de 30 toneladas de cocaína por mês nos Estados Unidos no fim dos anos 90.

O juiz também levou em conta os antecedentes de Ochoa como máximo operador do desbaratado cartel de Medellín, que nos anos 80 fornecia cerca de 80% da cocaína negociada no mercado americano e era considerado uma das organizações criminosas mais violentas do mundo.

O juiz citou como agravante o fato de Ochoa ter voltado ao tráfico de drogas logo após ter deixado a prisão na Colômbia, onde cumpriu pena de seis anos por ter atuado no cartel.

A defesa adiantou que irá recorrer da sentença. Roy Black, um dos advogados de Ochoa, argumentou que levar em conta os antecedentes de seu cliente viola os termos de sua extradição em 2001, e que os Estados Unidos haviam concordado em não julgá-lo por crimes cometidos antes de 1997.

A família do réu em Bogotá criticou a sentença e o governo de Álvaro Uribe. ''O governo colombiano o entrega à injustiça americana, quando todos sabemos na Colômbia que ele é inocente'', protestou María Nieves, irmã de Ochoa.

Mas a cônsul colombiana, Carmen Jaramillo, que compareceu ao tribunal, disse ter ficado satisfeita com o fato de as autoridades americanas terem respeitado o pedido de seu governo ''para não haver pena de morte ou prisão perpétua''.

Ochoa, um dos poucos sobreviventes do cartel de Medellín, foi extraditado para os Estados Unidos em 2001 e considerado culpado, em maio passado, de todas as acusações contra ele. O réu negou repetidas vezes ter voltado ao tráfico de drogas após deixar a prisão na Colômbia, em 1996.

Ochoa é considerado o principal traficante extraditado pela Colômbia desde que aquele país aboliu, em 1997, a proibição das extradições, imposta seis anos antes, durante o apogeu de uma campanha de atentados com explosivos e assassinatos organizada por traficantes.

A promotoria argumentou que Ochoa entregou-se às autoridades colombianas em 1990 com o único propósito de evitar sua extradição para os Estados Unidos, e acreditando que iria receber uma pena relativamente leve.

Ao ditar uma sentença de 30 anos, a Justiça americana indica que uma pena mais dura poderia ser vista como prisão perpétua e fazer a Colômbia desistir de autorizar outras extradições.

Nos anos 80, Ochoa foi um dos mais implacáveis lugar-tenentes de Pablo Escobar, chefe do cartel de Medellín morto pela polícia em 1993.

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