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29/08/2003
-
10h42
da Folha Online
Alastair Campbell, chefe de comunicações do premiê britânico, Tony Blair, renunciou de seu cargo, segundo comunicado do governo britânico.
Não foi fixada uma data para a saída de Campbell e seu sucessor não foi escolhido, disse o governo britânico.
Campbell é um dos personagens principais da investigação judicial em torno do aparente suicídio do cientista David Kelly, fonte de uma reportagem da rede BBC que acusava Blair de ter exagerado a ameaça iraquiana em um dossiê publicado em setembro para justificar a Guerra do Iraque.
Especialista em armas de destruição em massa e assessor do Ministério da Defesa, Kelly foi encontrado morto, com o pulso esquerdo cortado, em um bosque perto de sua casa, no dia 18 de julho.
A BBC disse no final de maio que o governo --principalmente Alastair Campbell-- forçou que se incluísse no dossiê que Saddam Hussein era capaz de lançar armas de destruição em massa em 45 minutos.
Quatro meses após a derrubada de Saddam Hussein, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque, levantando dúvidas sobre a justificativa de Washington e Londres para a ação militar.
O governo trabalhista britânico, abalado pelo escândalo do caso Kelly, vive seu momento mais difícil desde que, há seis anos, chegou ao poder.
Depoimento
Blair, que prestou depoimento ontem para o juiz Biran Hutton no processo sobre a morte de Kelly, declarou que não sabia que o cientista se ocupou do dossiê sobre o arsenal iraquiano.
Blair afirmou também que teria "merecido renunciar" se, como afirmou a BBC, o dossiê tivesse sido alterado por seus assessores.
Ao voltar de três semanas de férias em Barbados com a família, Blair trancou-se na sexta-feira (22) com os advogados na residência do primeiro-ministro em Chequers, oeste de Londres, para preparar sua declaração de ontem.
As cerca de 9.000 páginas de documentos publicadas no sábado (23) na internet foram mais que comprometedoras para Blair e seu governo sobre o modo como foi revelado à imprensa o nome de Kelly, e sobre a elaboração do polêmico dossiê.
Downing Street desmentiu firmemente as acusações da BBC.
"Mal-estar"
Na quarta-feira (27), o ministro da Defesa do Reino Unido, Geoff Hoon, admitiu ao juiz Hutton que dois membros dos serviços secretos mostraram mal-estar pela "linguagem" usada no dossiê.
Segundo a imprensa britânica, Hoon deverá pedir demissão quando Hutton apresentar suas conclusões e será a principal baixa do governo trabalhista.
Com agências internacionais
Leia mais
Entenda a polêmica entre BBC e governo Blair
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Chefe de comunicações de Blair renuncia, diz governo
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Alastair Campbell, chefe de comunicações do premiê britânico, Tony Blair, renunciou de seu cargo, segundo comunicado do governo britânico.
Não foi fixada uma data para a saída de Campbell e seu sucessor não foi escolhido, disse o governo britânico.
Campbell é um dos personagens principais da investigação judicial em torno do aparente suicídio do cientista David Kelly, fonte de uma reportagem da rede BBC que acusava Blair de ter exagerado a ameaça iraquiana em um dossiê publicado em setembro para justificar a Guerra do Iraque.
Especialista em armas de destruição em massa e assessor do Ministério da Defesa, Kelly foi encontrado morto, com o pulso esquerdo cortado, em um bosque perto de sua casa, no dia 18 de julho.
A BBC disse no final de maio que o governo --principalmente Alastair Campbell-- forçou que se incluísse no dossiê que Saddam Hussein era capaz de lançar armas de destruição em massa em 45 minutos.
Quatro meses após a derrubada de Saddam Hussein, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque, levantando dúvidas sobre a justificativa de Washington e Londres para a ação militar.
O governo trabalhista britânico, abalado pelo escândalo do caso Kelly, vive seu momento mais difícil desde que, há seis anos, chegou ao poder.
Depoimento
Blair, que prestou depoimento ontem para o juiz Biran Hutton no processo sobre a morte de Kelly, declarou que não sabia que o cientista se ocupou do dossiê sobre o arsenal iraquiano.
Blair afirmou também que teria "merecido renunciar" se, como afirmou a BBC, o dossiê tivesse sido alterado por seus assessores.
Ao voltar de três semanas de férias em Barbados com a família, Blair trancou-se na sexta-feira (22) com os advogados na residência do primeiro-ministro em Chequers, oeste de Londres, para preparar sua declaração de ontem.
As cerca de 9.000 páginas de documentos publicadas no sábado (23) na internet foram mais que comprometedoras para Blair e seu governo sobre o modo como foi revelado à imprensa o nome de Kelly, e sobre a elaboração do polêmico dossiê.
Downing Street desmentiu firmemente as acusações da BBC.
"Mal-estar"
Na quarta-feira (27), o ministro da Defesa do Reino Unido, Geoff Hoon, admitiu ao juiz Hutton que dois membros dos serviços secretos mostraram mal-estar pela "linguagem" usada no dossiê.
Segundo a imprensa britânica, Hoon deverá pedir demissão quando Hutton apresentar suas conclusões e será a principal baixa do governo trabalhista.
Com agências internacionais
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