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30/08/2003 - 22h01

Kelly escreveu texto defendendo ação militar no Iraque, diz jornal

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da Folha Online, em Londres

David Kelly, cientista cuja morte está sendo investigada em um inquérito no Reino Unido, escreveu um artigo antes de morrer, dizendo que a ação militar parecia ser a única forma de "desarmar conclusivamente" o Iraque, afirma a edição de amanhã do jornal "Observer".

A posição favorável à guerra provavelmente confortará o governo do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, enquanto a viúva de Kelly se prepara para depor no inquérito, na segunda-feira (1), acrescenta o jornal.

Kelly foi fonte de uma reportagem da rede BBC que acusava Blair de ter exagerado a ameaça iraquiana em um dossiê publicado em setembro para justificar a Guerra do Iraque. Especialista em armas de destruição em massa e assessor do Ministério da Defesa, Kelly foi encontrado morto, com o pulso esquerdo cortado, em um bosque perto de sua casa, no dia 18 de julho.

O "Observer" divulga um artigo inédito que Kelly teria escrito algumas semanas antes da guerra e que deve ser enviado para o inquérito chefiado pelo juiz Brian Hutton.

"O Iraque passou 30 anos construindo um arsenal de armas de destruição em massa", diz o artigo atribuído ao cientista.

"Apesar de atual ameaça imposta pelo Exército iraquiano ser modesta [o país] nunca desistiu de sua tentativa de desenvolver e armazenar tais armas para uso militar e para uso terrorista", diz o texto.

Força militar

O artigo acrescenta que a cooperação com inspetores de armas foi superficial e que mísseis específicos para uso de arsenais químicos e biológicos tinham sido encontrados.

"Após 12 anos de supervisão de desarmamento sem êxito da ONU (Organização das Nações Unidas), a força militar infelizmente parece ser a única forma de finalmente e conclusivamente desarmar o Iraque", diz o artigo.

Quatro meses após a derrubada de Saddam Hussein, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque, levantando dúvidas sobre a justificativa de Washington e Londres para a ação militar.

O governo trabalhista britânico, abalado pelo escândalo do caso Kelly, vive seu momento mais difícil desde que, há seis anos, chegou ao poder.

Com agências internacionais

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