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31/08/2003 - 18h44

Representantes da ONU e das Farc podem se reunir no Brasil

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da Folha Online

Uma reunião entre delegados da ONU (Organização das Nações Unidas) e da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pode ser realizada em breve em algum lugar do Brasil, visando o fim do conflito armado colombiano, informou hoje o jornal "El Espectador", de Bogotá.

Segundo o jornal, o assessor especial da ONU para a Colômbia, James Lemoyne, tem mantido contato por e-mail com o porta-voz das Farc, Raúl Reyes, para viabilizar o encontro.

"Está definido que o Brasil será a sede da reunião. Nova York, sede da ONU, foi descartada porque o encontro não está no nível do escritório do secretário-geral, Kofi Annan", afirma o jornal.

"El Espectador" afirma que "na prática, o governo colombiano não terá assento na reunião, mas desempenhará um papel importante na operação, tendo o presidente, [Álvaro] Uribe, como um dos patrocinadores do contato".

A logística do encontro teria começado a ser preparada no dia 19 de julho passado, quando Annan respondeu de maneira positiva ao pedido das Farc para um "encontro de informação sobre os elementos para uma solução política do conflito".

Governo

Em 22 de agosto, o governo colombiano afirmou que as Farc mantêm um contato ativo com Lemoyne e disse que tal aproximação poderia levar ao início do diálogo com o grupo rebelde.

"As Nações Unidas mantêm um contato com as Farc, o governo sabe e avalia isto. De fato, o governo pediu esta gestão por parte das Nações Unidas e esperamos que isto frutifique", disse o alto comissário para a paz do governo colombiano, Luis Carlos Restrepo.

Hoje, o comissário pediu paciência até que os detalhes do encontro, como data e local, sejam anunciados.

"Ainda não há nada oficial por parte do governo brasileiro, nem por nossa parte, nem por parte das Nações Unidas, disse Restrepo à rádio colombiana Caracol.

Reyes também informou, em meados de agosto, os contatos entre as Farc e a ONU, destacando sua disposição de viajar a Nova York para se encontrar com Annan e manifestar o ponto de vista da guerrilha.

Brasil

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, anunciou hoje, por meio de um comunicado feito por sua assessoria de imprensa, que o Brasil está disposto a estudar qualquer pedido da ONU e das Farc para favorecer uma solução negociada da guerra interna colombiana.

"O Brasil sempre está disposto a dar uma contribuição para uma solução negociada e que respeite a soberania", disse Amorim.

Caso haja uma solicitação formal por parte da Colômbia e das Nações Unidas, examinaremos esta solicitação", acrescentou o ministro.

O Brasil faz parte do pequeno grupo de países que resistiu a pedidos do governo colombiano de rotular as Farc como "organização terrorista" --o que contribuiria na escolha do país para sede do encontro.

Conflito interno

Se o encontro for confirmado, será o primeiro diálogo com as Farc (principal guerrilha da Colômbia, com 17 mil membros), desde que as negociações de paz com o governo fracassaram, em fevereiro de 2002 --quando os rebeldes sequestraram um vôo comercial e um senador.

Uribe, que as Farc chamam de "fascista", promete derrotar os rebeldes no campo de batalha se eles não declararem um cessar-fogo para negociações. Rebeldes das Farc mataram o pai do presidente colombiano nos anos 1980, durante uma tentativa de sequestro fracassada.

Cerca de 3.500 colombianos morrem a cada a ano em decorrência do conflito armado --envolvendo forças do governo, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e traficantes-- que atinge o país há décadas.

Com agências internacionais

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