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02/09/2003 - 16h09

Tráfico tem 48% das melhores terras da Colômbia, diz relatório

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da France Presse, em Bogotá

Quase a metade das terras mais férteis da Colômbia, cujo valor supera US$ 2,4 bilhões (R$ 7,2 bilhões), estão em mãos de traficantes ou de seus testas-de-ferro, afirma um relatório da Procuradoria Geral divulgado hoje.

Quatro milhões de hectares de terrenos, correspondentes a 48% das terras mais férteis e propícias para a agricultura, foram comprados com dinheiro ilegal, proveniente do tráfico de drogas, de acordo com o estudo publicado pelo jornal "El Tiempo", de Bogotá.

Dessa cifra, apenas 0,1% foi expropriado pelas autoridades e entregue a famílias de agricultores, afirma o organismo.

O informe diz que durante os últimos dez anos os chefões do narcotráfico se dedicaram a comprar terras em 403 dos 1.100 municípios, com o objetivo primordial de lavar o dinheiro do tráfico de drogas.

O estudo afirma, além disso, que a compra maciça de terras por parte dos barões da droga gerou graves consequências sócio-econômicas, como a concentração da terra em poucas mãos, seu encarecimento e o deslocamento forçado de famílias.

O texto acrescenta que, em regiões muito férteis, como os Departamentos (Estados) de Antióquia (noroeste), Tolima (centro) e Valle (leste), "muitos agricultores foram forçados a vender suas terras aos traficantes, que recorrem à violência e à ameaça para conseguir seus objetivos".

As autoridades estimam que o valor total das terras em poder dos traficantes é de 6,8 bilhões de pesos (US$ 2,4 bilhões, ou R$ 7,2 bilhões).

O tráfico está envolvido no conflito armado --envolvendo forças do governo, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e traficantes-- que atinge a Colômbia há décadas, deixando mais de 3.500 mortos por ano.

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