Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/09/2009 - 17h05

Zelaya diz que não recebeu resposta para proposta de diálogo

Publicidade

da Folha Online

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta quinta-feira que sua proposta de diálogo ao governo interino ainda não recebeu qualquer resposta.

Segundo Zelaya, que está na embaixada brasileira desde que voltou clandestinamente ao país na segunda-feira (21), até esta quinta-feira não houve qualquer resposta, formal ou informal, por parte do governo interino ao seu pedido de diálogo e, ao contrário, só acontecem demonstrações de força em torno da embaixada.

"Nossos alimentos foram racionados, não estão deixando passar nossas famílias, e mandam mensagens denigridoras", disse Zelaya em entrevista à agência de notícias France Presse. "Eles nos atacam com ruídos e ameaças".

Segundo o presidente deposto, na madrugada desta quinta foi sentida uma forte detonação muito perto da embaixada.

Até agora, o governo interino diz estar aberto ao diálogo mas se nega a considerar qualquer proposta que leve ao retorno de Zelaya ao poder.

O padre salvadorenho Andrés Tamayo, que permanece na embaixada para apoiar Zelaya, disse que alguns hóspedes da representação diplomática brasileira receberam mensagens em seus celulares dizendo que o local será ocupado pelos militares.

"Elas dizem: se não saírem, vamos lançar um assalto e capturar o presidente. Amanhã será teu último dia", disse o padre, que nesta quinta-feira celebrou uma missa na embaixada, na qual defendeu uma solução para a crise mediante o diálogo.

"No final, nós vamos vencer, não importa o que aconteça", disse Tamayo.

Um porta-voz da polícia desmentiu qualquer ato de intimidação e afirmou que e explosão ouvida foi causada por um transformador de luz que teve um defeito.

"Quanto à comida, a polícia e as Forças Frmadas estão permitindo a entrada de alimentos e roupa, nada está sendo restringido", disse o porta-voz.

Histórico

Zelaya voltou a Honduras nesta semana quase três meses depois de ser deposto da Presidência e expulso do país. Nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça, ele foi detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação de que visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano, Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos.

Mas o retorno de Zelaya aumentou a pressão internacional sobre o governo interino, alimentou uma onda de protestos que desafiaram um toque de recolher nacional e fez da crise hondurenha um dos temas da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), reunida em Nova York esta semana. A ONU suspendeu um acordo de cooperação com o tribunal eleitoral hondurenho e a OEA (Organização dos Estados Americanos) planeja a viagem de uma delegação diplomática a Honduras para tentar negociar uma saída para o impasse.

Com France Presse e Efe

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página