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25/09/2003
-
19h45
RAÚL BURGOA
da France Presse, em La Paz (Bolívia)
A crise social na Bolívia aumentou hoje, com o pedido de que o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada renuncie, feito pela Central dos Trabalhadores (COB, sigla em espanhol), que também apelou para uma greve geral.
O poderoso sindicato de produtores de coca do Chapare apoiou imediatamente o apelo da COB, na ausência de Evo Morales, o líder de cerca de 30 mil famílias de lavradores indígenas no Chapare e do Movimento Para o Socialismo, principal formação de oposição.
O movimento camponês está organizando manifestações e bloqueando as estradas andinas há 11 dias, em protesto contra um projeto oficial de exportação de gás natural através do Chile, sem consulta popular.
A Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia (CSUTSB), liderada por Felipe Quispe, se opõe à venda de gás natural aos mercados de ultramar se persistirem as condições que beneficiam as empresas petroleiras estrangeiras, deixando apenas 18% dos negócios para o Estado.
Por motivos históricos, muitos bolivianos não querem, ao contrário das empresas, que o gás passe por um porto do Chile, adversário da Bolívia durante a Guerra do Pacífico em 1879.
A COB, que declarou desde segunda-feira (22) a greve geral, procura também o apoio aos protestos da poderosa corporação dos motoristas.
O governo boliviano tentou não responder ao apelo da COB. No entanto, seus ministros da Agricultura, Guido Añez, e do Desenvolvimento Econômico, Jorge Torres, repetiram que recusarão qualquer diálogo enquanto os camponeses bloquearem as estradas.
Porta-vozes dos partidos políticos oficiais qualificaram o pedido de demissão do presidente boliviano de "sedicioso", enquanto a dirigente do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR, sigla em espanhol), a indígena Elsa Guevara, chamou a COB de organização "ilegítima, que só representa os partidos" de oposição.
O analista independente Jorge Lazarte, um dos mais respeitados do país, sugeriu para resolver a crise a convocação, via Congresso, de um referendo, no qual os bolivianos se pronunciariam sobre o futuro da produção de gás no país.
Aumenta crise social na Bolívia após apelo a greve geral
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da France Presse, em La Paz (Bolívia)
A crise social na Bolívia aumentou hoje, com o pedido de que o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada renuncie, feito pela Central dos Trabalhadores (COB, sigla em espanhol), que também apelou para uma greve geral.
O poderoso sindicato de produtores de coca do Chapare apoiou imediatamente o apelo da COB, na ausência de Evo Morales, o líder de cerca de 30 mil famílias de lavradores indígenas no Chapare e do Movimento Para o Socialismo, principal formação de oposição.
O movimento camponês está organizando manifestações e bloqueando as estradas andinas há 11 dias, em protesto contra um projeto oficial de exportação de gás natural através do Chile, sem consulta popular.
A Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia (CSUTSB), liderada por Felipe Quispe, se opõe à venda de gás natural aos mercados de ultramar se persistirem as condições que beneficiam as empresas petroleiras estrangeiras, deixando apenas 18% dos negócios para o Estado.
David Mercado/Reuters |
Pensionista boliviana chora durante protesto em La Paz |
A COB, que declarou desde segunda-feira (22) a greve geral, procura também o apoio aos protestos da poderosa corporação dos motoristas.
O governo boliviano tentou não responder ao apelo da COB. No entanto, seus ministros da Agricultura, Guido Añez, e do Desenvolvimento Econômico, Jorge Torres, repetiram que recusarão qualquer diálogo enquanto os camponeses bloquearem as estradas.
Porta-vozes dos partidos políticos oficiais qualificaram o pedido de demissão do presidente boliviano de "sedicioso", enquanto a dirigente do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR, sigla em espanhol), a indígena Elsa Guevara, chamou a COB de organização "ilegítima, que só representa os partidos" de oposição.
O analista independente Jorge Lazarte, um dos mais respeitados do país, sugeriu para resolver a crise a convocação, via Congresso, de um referendo, no qual os bolivianos se pronunciariam sobre o futuro da produção de gás no país.
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