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26/09/2003 - 17h45

Uribe defende nos EUA liberdade condicional para grupos armados

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da France Presse, em Bogotá

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, deve defender na próxima semana em Nova York e Washington seu projeto de conceder liberdade condicional a membros de grupos armados que se ajustem a um plano de paz, o que pressupõe o início de uma ofensiva internacional a favor dessa iniciativa.

Na véspera da viagem, Uribe fez um apelo à comunidade internacional para não prejudicar a intenção de seu governo de buscar a desmobilização dos grupos ilegais, ao se referir às críticas feitas ao projeto, inclusive por parte de 56 congressistas americanos.

"Pergunto aos colombianos e à comunidade internacional: por que em vez de prejudicar não procuramos um consenso em relação a um projeto que nos vai ajudar a desmobilizar paramilitares e que amanhã poderá nos ajudar a desmobilizar a guerrilha?", disse Uribe.

Uribe convidou os Estados Unidos, a União Européia e os países latino-americanos a opinarem "construtivamente" sobre o plano, mas lhes pediu que "compreendam bem" que ele serve para todos os grupos violentos.

Reuters - 27.mai.2002
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia
O presidente se defendeu assim das críticas dos congressistas dos Estados Unidos e de órgãos internacionais de direitos humanos no sentido de que o projeto procura beneficiar apenas as paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) --inimigas da guerrilha--, com as quais o governo leva a cabo um processo de paz.

Proposta

O projeto de lei, que concede liberdade condicional inclusive nos casos de delitos atrozes, também colocou Uribe contra ONGs como Human Rigths Watch e Anistia Internacional, que afirmam que a iniciativa abre a porta à impunidade.

Os congressistas americanos, liderados pelo democrata Tom Lantos, dizem em uma carta a Uribe que o projeto deixaria soltos narcotraficantes e violadores dos direitos humanos.

Reagindo à carta, o governo, nas palavras do ministro do Interior, Fernando Londoño, afirmou que os representantes americanos estão mal informados sobre o alcance do projeto.

Este prevê que a suspensão da pena se concederá entre um e cinco anos e compreenderá unicamente os delitos julgados ou que tenham sido objeto de sentença antecipada.

O projeto enfrenta uma forte resistência no Congresso, o que pode fazê-lo fracassar, mas alguns deputados, próximos a Uribe, propõem ajustes para que possa avançar.

Uribe se mostrou hoje receptivo à possibilidade de introduzir reformas, após insistir em que o projeto pode ajudar a buscar a paz, não só com os paramilitares de ultradireita, mas também com as guerrilhas esquerdistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

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