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28/09/2003
-
22h23
da France Presse
Ruas sem luz, milhares de passageiros presos em trens, elevadores parados. Quase toda a Itália ficou às escuras a partir da madrugada deste domingo por causa de um repentino e enorme apagão provocado por uma falha nas linhas de abastecimento.
O blecaute durou cerca de 20 horas e o abastecimento de energia só começou a ser reestabelecido à tarde.
Tudo começou com o corte de corrente elétrica comprada da França. Às 03h20 locais (22h20 do sábado em Brasília), as duas linhas que conduzem a eletricidade francesa, tanto a principal quanto a de emergência", pararam de fornecer energia por razões ainda desconhecidas, afirmou o ministro para a Indústria, Antonio Marzano.
Em quinze minutos, dos Alpes, ao norte, à Sicília, ao sul, toda a península ficou às escuras, com a exceção da ilha da Sardenha.
Pouco prejuízos
O fato de o enorme blecaute ter acontecido à noite e durante o fim-de-semana, quando o consumo é menor e pára a atividade industrial, aliviou em parte as autoridades, admitiu o responsável pela Defesa Civil, Guido Bertolaso, que excluiu a hipótese de sabotagem.
Em Roma, onde milhares de pessoas participavam da comemoração da chamada "Noite em branco", com museus, monumentos, bares, teatros e cinemas abertos durante toda a noite, milhares de pessoas ficaram presas nas estações e tiveram que ser evacuadas de ônibus.
Crise
O abastecimento de energia foi restabelecido lentamente devido a problemas técnicos, o que suscitou uma série de polêmicas não só dentro do país, mas também internacional.
Segundo explicação dada por um dos responsáveis do setor, uma tempestade deixou fora de serviço a linha de alta tensão que vem da Suíça.
"Como em um dominó, a península foi se apagando depois que os franceses bloquearam suas linhas para que a própria rede não fosse afetada", disse à AFP um especialista do setor.
A eletricidade voltou às regiões do norte da península às 05h locais (00h00 de Brasília), enquanto na capital começou a se restabelecer gradativamente nos bairros por volta do meio-dia, dez horas depois, quando o papa João Paulo 2 estava prestes a começar a tradicional oração do Angelus dominical e anunciava a nomeação de novos cardeais.
Trens e aviões
Trens e aviões sofreram muitos atrasos em vários pontos do país, enquanto a maioria dos hospitais continuou funcionando durante a noite, graças aos geradores elétricos para emergências como esta.
Cerca de 30.000 passageiros foram resgatados de trens por caminhões e ônibus. Durante horas, a Rádio Nacional foi o único meio para se obter informações.
"Temos um sistema frágil porque dependemos de outros países", reconheceu Andrea Bollino, presidente do GRTN.
Fora de controle
Segundo as primeiras explicações, a rede italiana perdeu 6.000 megawatts de eletricidade de uma vez, sem aviso prévio, o que causou uma queda de tensão fatal, provocando a paralisação de toda a rede.
"Produzimos pouca eletricidade. Isto nos condena e nos vai condenar sempre, até que deixemos de ser dependentes", explicou Fulvio Vento, presidente da ACEA, sociedade que fornece luz e água para Roma.
Mistério
Os responsáveis do setor elétrico da Itália, Suíça e França tentam desvendar os motivos do apagão.
Segundo o ministro Marzano, "o dano registrado na rede italiana foi causada por um conjunto de circunstâncias, que se originaram na Suíça".
Por sua vez, o presidente da companhia RTE, André Merlin, acusa também os suíços de terem desencadeado o apagão pelo dano de uma linha de alta tensão.
A Suíça sustenta que o mecanismo italiano para regularizar o sistema não reagiu como devia diante da perda de abastecimento proveniente daquele país.
A Itália importa de 16% a 17% da eletricidade que consome e não tem usinas nucleares, após decisão do referendo popular feito nos anos 80.
O chefe de Estado, o presidente Carlo Azeglio Ciampi, interveio imediatamente para tranqüilizar os italianos.
"A situação está sob controle. Chegou a hora de iniciar a construção de novas usinas elétricas", declarou.
O primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, convocou para a segunda-feira um conselho de ministros para analisar a situação e garantiu que estava acompanhando passo a passo a evolução dos eventos.
A liga nacional de futebol anunciou que todas as partidas programadas para a tarde serão disputadas regularmente.
Luz volta à Itália, após blecaute causar caos e deixar país no escuro
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Ruas sem luz, milhares de passageiros presos em trens, elevadores parados. Quase toda a Itália ficou às escuras a partir da madrugada deste domingo por causa de um repentino e enorme apagão provocado por uma falha nas linhas de abastecimento.
O blecaute durou cerca de 20 horas e o abastecimento de energia só começou a ser reestabelecido à tarde.
Tudo começou com o corte de corrente elétrica comprada da França. Às 03h20 locais (22h20 do sábado em Brasília), as duas linhas que conduzem a eletricidade francesa, tanto a principal quanto a de emergência", pararam de fornecer energia por razões ainda desconhecidas, afirmou o ministro para a Indústria, Antonio Marzano.
Em quinze minutos, dos Alpes, ao norte, à Sicília, ao sul, toda a península ficou às escuras, com a exceção da ilha da Sardenha.
Pouco prejuízos
O fato de o enorme blecaute ter acontecido à noite e durante o fim-de-semana, quando o consumo é menor e pára a atividade industrial, aliviou em parte as autoridades, admitiu o responsável pela Defesa Civil, Guido Bertolaso, que excluiu a hipótese de sabotagem.
Em Roma, onde milhares de pessoas participavam da comemoração da chamada "Noite em branco", com museus, monumentos, bares, teatros e cinemas abertos durante toda a noite, milhares de pessoas ficaram presas nas estações e tiveram que ser evacuadas de ônibus.
Crise
O abastecimento de energia foi restabelecido lentamente devido a problemas técnicos, o que suscitou uma série de polêmicas não só dentro do país, mas também internacional.
Segundo explicação dada por um dos responsáveis do setor, uma tempestade deixou fora de serviço a linha de alta tensão que vem da Suíça.
"Como em um dominó, a península foi se apagando depois que os franceses bloquearam suas linhas para que a própria rede não fosse afetada", disse à AFP um especialista do setor.
A eletricidade voltou às regiões do norte da península às 05h locais (00h00 de Brasília), enquanto na capital começou a se restabelecer gradativamente nos bairros por volta do meio-dia, dez horas depois, quando o papa João Paulo 2 estava prestes a começar a tradicional oração do Angelus dominical e anunciava a nomeação de novos cardeais.
Trens e aviões
Trens e aviões sofreram muitos atrasos em vários pontos do país, enquanto a maioria dos hospitais continuou funcionando durante a noite, graças aos geradores elétricos para emergências como esta.
Cerca de 30.000 passageiros foram resgatados de trens por caminhões e ônibus. Durante horas, a Rádio Nacional foi o único meio para se obter informações.
"Temos um sistema frágil porque dependemos de outros países", reconheceu Andrea Bollino, presidente do GRTN.
Fora de controle
Segundo as primeiras explicações, a rede italiana perdeu 6.000 megawatts de eletricidade de uma vez, sem aviso prévio, o que causou uma queda de tensão fatal, provocando a paralisação de toda a rede.
"Produzimos pouca eletricidade. Isto nos condena e nos vai condenar sempre, até que deixemos de ser dependentes", explicou Fulvio Vento, presidente da ACEA, sociedade que fornece luz e água para Roma.
Mistério
Os responsáveis do setor elétrico da Itália, Suíça e França tentam desvendar os motivos do apagão.
Segundo o ministro Marzano, "o dano registrado na rede italiana foi causada por um conjunto de circunstâncias, que se originaram na Suíça".
Por sua vez, o presidente da companhia RTE, André Merlin, acusa também os suíços de terem desencadeado o apagão pelo dano de uma linha de alta tensão.
A Suíça sustenta que o mecanismo italiano para regularizar o sistema não reagiu como devia diante da perda de abastecimento proveniente daquele país.
A Itália importa de 16% a 17% da eletricidade que consome e não tem usinas nucleares, após decisão do referendo popular feito nos anos 80.
O chefe de Estado, o presidente Carlo Azeglio Ciampi, interveio imediatamente para tranqüilizar os italianos.
"A situação está sob controle. Chegou a hora de iniciar a construção de novas usinas elétricas", declarou.
O primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, convocou para a segunda-feira um conselho de ministros para analisar a situação e garantiu que estava acompanhando passo a passo a evolução dos eventos.
A liga nacional de futebol anunciou que todas as partidas programadas para a tarde serão disputadas regularmente.
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