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14/10/2009 - 13h34

Países do oceano Índico fazem exercício de alerta de tsunami

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da Folha Online

O cenário parecia dolorosamente comum. Sirenes foram ativadas, pessoas foram as ruas e os alto-falantes de mesquitas orientaram moradores de Banda Aceh, capital da Província de Aceh, na Indonésia a buscarem refúgio. Desta vez, o alerta foi parte de um treinamento regional organizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em todo o oceano Índico.

A ideia era testar os sistemas de alerta e a preparação geral das nações na região. Participam do treinamento: Austrália, Bangladesh, Cingapura Índia, Indonésia, Madagascar, Malásia, Maldivas, Maurício, Moçambique, Mianmar, Omã, Paquistão, Quênia, Seicheles, Sri Lanka, Tanzânia e Timor Leste.

Hotli Simanjuntak/Efe
Homem corre com seu filho nos braços em Ule Lhuee em uma simulação contra tsunamis na Indonésia
Homem corre com seu filho nos braços em Ule Lhuee em uma simulação contra tsunamis na Indonésia

O exercício simula o terremoto de magnitude 9,15 que atingiu Aceh em 26 de dezembro de 2004 e provocou um enorme tsunami que matou cerca de 230 mil pessoas. O tremor atingiu principalmente Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Índia. Só em Aceh, foram 170 mil mortes.

O tsunami é uma onda gerada por um tremor de terra e que pode viajar a uma velocidade de 800 a 1.000 quilômetros por hora. Perto da praia, a onda fica mais lenta, porém maior, podendo atingir até 10 metros.

Centenas de pessoas participaram da simulação em Aceh.

"Ainda estou traumatizado com o tsunami [de 2004]", disse Halimah, 43, que assistiu ao treinamento, mas não participou. "Se houver outro desastre, prefiro me abrigar na mesquita, para que, seu eu morrer, que morra na mesquita."

A agência de meteorologia e geofísica do governo, em Jacarta, emitiu o alerta simulado de terremoto, por mensagem de texto via celular, e em seguida fez o alerta de tsunami.

Pessoas com ataduras foram levadas em macas, e outras se fingiram de mortas. Uma equipe médica procurou "sobreviventes" na praia, e uma lancha foi enviada a uma ponte que supostamente desabaria. Maquinário pesado foi trazido para ajudar no resgate.

Depois do tsunami de 2004, sistemas de alerta precoce --o que inclui alto-falantes em praias e boias nos oceanos-- foi instalado a um custo de US$ 150 milhões, segundo uma autoridade.

Alguns funcionários pareciam confusos durante o treinamento de Aceh, mas o vice-governador disse que o exercício foi um sucesso, embora tenha alertado para que não se confie demais na tecnologia. A ONU divulgará uma avaliação nos próximos dias.

No Sri Lanka, que teve 31 mil mortos em dezembro de 2004, quase 200 moradores das costas leste e sul simularam uma retirada depois de receber o alerta no telefone celular.

"O exercício durou quase três horas depois do alerta e o resultado foi muito bom", afirmou Gamini Hettiarachchi, diretor dos serviços de gestão de catástrofes.

Vários desastres recentes despertaram dúvidas sobre o estado dos preparativos na Ásia --como foi o caso de um terremoto na ilha indonésia de Sumatra e de uma série de tsunamis em Samoa e Samoa Americana.

Alguns especialistas questionam a eficácia dos sistemas de alerta, especialmente se o intervalo entre o alerta e a chegada do tsunami for muito curto, como seria o caso na Indonésia, que fica numa zona propensa a terremotos.

Com France Presse e Reuters

 

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