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03/10/2003 - 21h01

Presidente boliviano é acusado de planejar golpe de Estado

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da France Presse, em La Paz

O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, foi acusado hoje de planejar um golpe de Estado. Ele está sendo pressionado por organizações sociais e empresariais a devolver a estabilidade ao país, após 19 dias de greves e manifestações contra a exportação de gás do país através do Chile.

O principal líder da oposição, o deputado socialista Evo Morales, disse que o presidente e alguns militares estão planejando um golpe de Estado "que pode ser consumado na noite do próximo domingo (5), ante a incapacidade de governar o país e resolver seus problemas econômicos, sociais e políticos".

"Como povo temos o dever de resistir a essa tentativa de golpe de Goni [apelido do presidente] ou à declaração de estado de sítio", afirmou em Genebra (Suíça), onde participa de uma reunião parlamentar internacional.

Reuters - 6.ago.2002
Gonzalo Sánchez de Lozada, presidente da Bolívia
Morales, líder do poderoso sindicato de plantadores de coca, disse que as fontes de seus informes são membros do governante Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), que se opõem ao presidente.

O governo, porém, negou as acusações de Morales. "Esta é outra falácia política que não corresponde, em absoluto, à verdade", afirmou o porta-voz da Presidência, Mauricio Antezana, acrescentando que Morales "está acostumado a espalhar mentiras políticas tentando transformá-las em verdade".

Morales atribuiu o suposto plano de golpe aos "setores mais radicais do MNR e à embaixada americana, que vê com preocupação como o povo se organiza e começa a defender seus direitos através da livre determinação e em defesa de seus recursos naturais".

Crise política

Organizações filiadas à Central Operária Boliviana (COB) intimaram Sánchez de Lozada a pedir demissão, enquanto que um aliado do presidente, o populista de direita Manfred Reyes Villa, declarou que vai rever em dezembro sua relação com o governo.

A questão da exportação de gás natural através de um porto do Chile, motivo pelo qual a Bolívia está em crise há 19 dias, parece ter sido relegada a segundo plano pelo pedido de que o presidente, criticado também pela Igreja Católica e organizações humanitárias por sua falta de ação, renuncie.

"Quanta gente tem que morrer para que tenhamos consciência da necessidade de resolver nossos conflitos de maneira pacífica e de acordo com o bem comum? Por acaso não se pode atender à demanda da população e de suas organizações com rapidez para evitar momentos como este que estamos vivendo?", questionou ontem a Igreja.

Os produtores de coca de Chapare (centro do país) anunciaram que a partir de segunda-feira (6) fecharão a principal estrada da Bolívia em apoio à greve geral por tempo indefinido declarada pelos sindicatos contra a venda de gás.

Pressionado por setores civis e empresariais a resolver a crise, o presidente formou comissões de ministros que atenderão, a partir de segunda-feira, representantes empresariais para analisar uma saída para a paralisação econômica na Bolívia.
 

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